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Tatiana Santos
Estatísticas recentes mostraram que mais de 60% das separações no Brasil acontecem nos primeiros 10 anos do relacionamento. E o segundo motivo que mais leva ao divórcio são as questões financeiras (fator que só perde para a falta de sexo como estopim para as separações). Por esta razão, ficar atento à parte financeira é fundamental para a saúde do casamento.
O comerciante e produtor de conteúdo sobre mercado financeiro, Sérgio Santiago, esclareceu sobre o assunto no programa Conexão Regional, da rádio Pontal, nesta quarta-feira (3).
Sem segredos
O especialista destacou que é algo bastante comum entre as famílias brasileiras a separação das finanças entre os casais, em que cada um cuida de seu próprio dinheiro e compartilha de algumas despesas. É habitual até mesmo a ocultação de toda a área financeira e de investimentos por alguma das partes ou por ambas, o que é observado por Sérgio, como um problema. Isso, porque, perante a legislação, a renda do casal é considerada uma renda somada, inclusive, referente ao imposto de renda. “Os casais já compartilham tudo, já compartilham o quarto, a casa, a cozinha, a responsabilidade dos filhos, por que não compartilhar também as finanças?”, questionou.
Para que o tema não se torne uma pedra no sapato dos casais, é importante planejamento e muito diálogo para alinhar de maneira inteligente como os recursos serão utilizados. Apesar de não ser algo tão simples, é o primeiro passo para uma vida a dois bem sucedida no que diz respeito ao dinheiro, foi o que afirmou Sérgio.
Organizar para prosperar
A segunda sugestão é discutir sobre quem ficará responsável pela organização e destinação dos investimentos, até mesmo para evitar problemas ou discussões que possam prejudicar o orçamento. ” A dica, nesse caso, é deixar a questão orçamentária mensal para quem tem mais habilidade com a organização dos números. E a parte de investimentos, de repente, pode ficar para quem entende mais de mercado, quem entende mais do mercado financeiro, conhece melhor os ativos, as oportunidades”, orientou o consultor.
Ferramentas para acompanhamento
O terceiro passo é adotar bons instrumentos, como aplicativos, planilhas, ferramentas para deixarem tudo o mais organizado possível. Conforme mencionou, essa questão demonstra ser uma dificuldade de grande dos brasileiros, já que as pessoas gastam de maneira desordenada e não conseguem ter ciência da destinação dos ganhos salariais. Há alguns aplicativos simples que podem ser baixados no celular para acompanhamento das finanças, com gráficos e diversas outras informações importantes para o planejamento e sustentabilidade do dinheiro.
Planejar as metas
A quarta orientação é compartilhar com o companheiro e discutir conjuntamente os projetos imediatos e os mais adiante. Sérgio explanou: “É importante, nesse caso, estabelecer as metas. Metas de curto, médio e longo prazo. Uma viagem, por exemplo, seria uma meta de curto prazo. A compra de um caro, de uma casa, de um bem mais significativo, talvez uma meta de médio prazo. Uma de longo prazo, seria, por exemplo, uma independência financeira, uma quantidade de dinheiro suficiente que você não precise trabalhar lá na frente”.
Dinheiro em pauta
É fundamental que, ainda na fase do namoro, antes mesmo de os casais entrarem no matrimônio, discutir as questões financeiras, sobre como lidar com o dinheiro do orçamento e dos investimentos, o que dribla problemas futuros. “Se você já é casado, pretende se casar ou começou a namorar e a coisa começou a ficar séria, coloque o dinheiro como pauta relevante em suas discussões. Não comece a vida a dois sem discutir isso, é muito importante”, foi o que ressaltou Sérgio. Como sugestão de leitura sobre o tema, ele recomendou o best-seller do escritor e consultor financeiro Gustavo Cerbasi, ‘Casais inteligentes enriquecem juntos’. A obra aponta estratégias para formar uma parceria inteligente na administração das finanças da família, além de trazer testes que avaliam a capacidade do casal de construir riqueza.
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