Tatiana Santos
O Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira) chega à sua quarta edição e terá início nesta quarta-feira (30), a partir das 18h. A abertura contará com as presenças do curador do evento cultural, Sérgio Abranches, do jornalista e escritor carioca, Tom Farias, do escritor e tradutor Leo Cunha, da jornalista e mestre em Educação, Bianca Santana, além do empreendedor cultural e jornalista, Afonso Borges. O festival reúne um total de 60 autores que contribuirão com suas obras, conhecimentos e vivências.
Confira a programação completa
O Flitabira tem o apoio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Rouanet e o apoio da Prefeitura Municipal. Sérgio Abranches acredita que o município tem vocação para eventos culturais, por ser a terra do poeta Carlos Drummond de Andrade e estar intimamente ligado à poesia e à literatura. Ele enaltece e afirma que o poeta é uma grande referência para os itabiranos, em especial, aos do setor literário.
Conforme explica, o festival é basicamente em torno das palestras, de conversas sobre os temas mais variados e sobre o fazer literário.
Destaque da programação
Para ele, um dos destaques da programação gira em torno do concurso de redação, em que as crianças das escolas de Itabira têm que escrever sobre o tema do festival. “E mais do que isso, para mim a parte melhor, central, mais importante do festival, no qual a gente envolve voluntariamente uma parte das escolas da região, da cidade”, conta. Sérgio esclarece que as escolas não são escolhidas por uma comissão do evento, mas as instituições de ensino “têm que se aceitar para participar”, inclusive, há uma grande taxa de adesão, de quase 100%.
Os campeões da redação recebem um prêmio em dinheiro e prêmio honorífico, o que tem aumentado a participação das crianças como leitores. A partir do concurso, em todas as cidades em que o Fli tem percorrido, as crianças passam a ler mais e os livros circulam mais na cidade. “Eu acho que essa é a parte mais importante, porque aí é o legado, o que a gente deixa na cidade é a formação de novos leitores, e, evidentemente, de novos escritores”, enaltece o curador.
Além disso, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade haverá as palestras principais, sobretudo na parte da tarde. A biblioteca da Fundação também foi preparada para ser um auditório para esses eventos, contando com um espaço com 30 mil livros trazidos pela produção do evento.
Expectativas
Para Sérgio, esta quarta edição do festival representa uma marca importante, que mostra o apoio continuado da Prefeitura, da cidade e do Instituto Vale para a cultura e a literatura. Como defende, sem “esse triângulo, nós não seríamos capazes de usar nenhum anel e não seríamos capazes de estar com os autores aqui”.
Ele destaca também alguns dos escritores que estarão trazendo livros novos. Um exemplo é o português Walter Hugo Mann que já conquistou o prêmio José Saramago e apresentará seu novo romance ‘Deus na escuridão. O autor é uma das referências literárias de Portugal. “Nós ainda teremos o Jefferson Tenório, que está trazendo um novo livro em que ele discute a vida universitária brasileira, como ela mudou depois das cotas e da entrada de mais estudantes de escolas públicas nas universidades”, adianta. Outra personalidade destacada pelo curador é Morgana Kersson. Ela levará ao Flitabira a obra ‘Água Turva’, que é uma fábula ambiental passada no Rio Grande do Sul, estado que foi flagelado pelas enchentes.
Com uma programação que engloba diversos públicos, Sérgio convida a população a prestigiar o Flitabira: “Eu queria que todos viessem. Eu queria que todos viessem mesmo, porque eu tenho certeza que ninguém vai sair daqui insatisfeito”, finaliza.