Tatiana Santos
Tamborins, batuques, repiques e muita animação. Esses são alguns ingredientes que temperam a Bateria Calangodum, criada em 2014 por alunos da Universidade Federal de Itajubá, no campus de Itabira. O projeto universitário tem praticamente uma década de atuação, já que o início das atividades aconteceu somente em 2015, quando os estudantes conseguiram os instrumentos por meio de uma vaquinha.
O propósito era aproximar mais a Unifei da população de Itabira, criando uma conexão com a cidade, já que grande parte dos alunos não são itabiranos. Atualmente a Calangodum é presidida há três anos pela estudante Ingrid Martins, tem como vice-presidente, Amanda Pires, e mestre de bateria Arthur Gandra. O trio conta detalhes sobre a bateria universitária.
É um projeto universitário e social voltado à Itabira, para fazer ações sociais, workshop e levar o conhecimento musical a diversas comunidades do município. E não é apenas na seara universitária que a bateria semeia alegria, mas também em carnavais de Itabira, já que o projeto tem tudo a ver com essa época festiva. Os integrantes já desfilaram em algumas edições da festa momesca. Mestre Arthur destaca que o ritmo tem muito de samba-enredo, mas também envolve outros ritmos, como a quadrilha, o samba-reggae, o olodum. “Mas o que a gente tenta buscar mesmo é aquele ritmo de carnaval, aquela alegria, aquela coisa que cativa as pessoas”.
Oportunidade para todos
Compõem o projeto cerca de 25 alunos, inseridos por meio de um processo seletivo, que inclusive está aberto no momento. “E aí, a gente tem ali uma semana para ensinar as pessoas. Ela passa pelos instrumentos, vê qual mais se interessa e faz esse processo seletivo”, detalhou Ingrid. É feita uma avaliação, na qual os candidatos são aceitos ou dispensados. Para auxiliar os interessados em tocar, há a escolinha Calangodum, que ensina os estudantes a tocarem, com um tempo maior para melhor aprendizado. Para participar do processo seletivo não é necessário conhecimento de algum instrumento, mas aptidão e vontade de integrar o time.
Energia que dá vitória
E a energia da Calangodum tem alcançado não somente Itabira, mas também outras cidades mineiras. A bateria universitária se faz conhecida_e vitoriosa, já que desde 2017 tem obtido êxito em várias competições das quais participa. Conquistou o lugar mais alto no pódio nos Jogos Universitários do Médio Piracicaba (Jumpira) em 2017 e 2019. No mesmo ano, ficou em quatro lugar na Engenharíadas Mineiro, feito alcançado também em 2022. No ano seguinte, 2023, alcançou o bronze na Copa das Atléticas nos Vales (CAV), importante competição realizada em Governador Valadares. Neste ano de 2024, foi vice-campeã no mesmo evento universitário no quesito baterias.
A rotina de estudos dos integrantes é puxada, com trabalhos, estágios e vida pessoal, mas a paixão pela arte fala mais alto que o cansaço. E ainda assim, a turma acha tempo para conciliar com os ensaios, que acontecem durante o almoço, entre 12h e 13h (terças e quintas-feiras), e às 19h na quarta-feira. Para conquistar lugares altos em competições, só mesmo com muita dedicação. “Só que quando a gente vai para competição ou tem ensaio, alguma coisa assim, a gente ensaia bem mais. Em época de competição, geralmente, quando está chegando perto, faltando umas duas semanas, a gente ensaia no meio-dia, uma hora. Ensaia à noite, e praticamente todos os dias durante essas duas semanas. É bem puxado”, diz Amanda, garantindo que a bateria é uma válvula de escape.
Olhando para a frente
Entre os planos dos jovens está consolidar a Calangodum entre a comunidade itabirana, ministrando aulas de percussão para os interessados, em dois níveis (iniciante e avançado). Além disso, a intenção é futuramente se tornar uma escola de samba, com inspiração nas agremiações de bairro. “A gente está buscando com a bateria crescer localmente dentro da cidade. Buscar consolidar esse projeto que a gente está procurando”, projeta Arthur. Amanda emenda: “Então, eu acho que a meta é a gente ser mais reconhecido num universo das baterias universitárias e também dentro da cidade”. Após a competição deste ano, foi realizado um workshop com um dos jurados da CAV, que pontuou o que poderiam melhorar. “Inclusive, a gente está buscando para o ano que vem o primeiro lugar”, sonha a presidente. E pelo visto, esse sonho não está longe de ser alcançado.
Instagram: @bateriacalangodum Telefone: (31) 9 9734-9047