O atendimento de saúde mental nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro mais que dobrou nos últimos três anos, conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em 2020, foram realizados cerca de 5.800 atendimentos, número que saltou para 12.340 em 2023. O crescimento reflete a alta demanda por tratamento de transtornos como ansiedade, depressão e compulsão alimentar, além de condições como o transtorno do pânico.
A campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção ao suicídio, vem reforçando a importância do cuidado com a saúde mental. Entre os atendimentos registrados neste ano, 28% foram relacionados à ansiedade, com destaque para o diagnóstico de ansiedade generalizada em 15% dos casos. As mulheres representam 75% dos atendimentos.
Camila Silveira, de 42 anos, é um exemplo da realidade enfrentada por muitos pacientes. Após anos lidando com crises de ansiedade e compulsão alimentar, ela buscou ajuda na Clínica da Família em Vila Isabel, onde encontrou tratamento gratuito pelo SUS. “Com o tratamento, estou mais consciente e sei que essa é minha chance de mudar”, conta Camila, que agora frequenta sessões quinzenais com uma psicóloga.
Especialistas explicam que, além de questões biológicas, o estresse cotidiano e a violência são fatores que agravam os problemas de saúde mental. De acordo com o psiquiatra Hugo Fagundes, superintendente de Saúde Mental da SMS, o aumento na oferta de serviços de atendimento tem sido uma das prioridades da prefeitura, mas ainda há muita demanda reprimida.
A espera para consultas com psicólogos na rede pública pode chegar a 136 dias, e para atendimento psiquiátrico, até 175 dias. “Nossa missão é ajudar as pessoas a viverem melhor com suas condições mentais, sem ignorar os desafios do dia a dia”, destaca Fagundes.
O Setembro Amarelo é um importante lembrete para buscar ajuda e garantir que a saúde mental receba a atenção necessária.
FONTE: O globo 100