A CRÔNICA DA SEMANA:  TEMPERAMENTOS DIFERENTES

DR.MARCOS EVANGELISTA ALVES, O GABIROBA

Por DR. Marcos Evangelista Alves; o Gabiroba

Muito se fala em fracasso de um casamento por “incompatibilidade de gênios”. Em primeiro ligar, se a diversidade de temperamentos existe entre ambos, isso pode ser causa de profundo desentendimento do casal e poderia ter sido identificado no namoro ou no noivado evitando assim o casamento.

Na maioria dos casais, os cônjuges têm temperamentos diferentes, e é a harmonização dessa diferença no amor vivido a cada dia, que faz a beleza da vida a dois. Não há temperamento forte ou difícil que não possa ser curvado no fogo do verdadeiro amor. E isso não ocorre, é porque o amor não é ainda suficientemente intenso. O amor é mais forte do que a morte e dobra o temperamento impetuoso. Ainda que os temperamentos sejam adversos, o casal poderá ser muito feliz se a maturidade superar as diferenças pessoais. É preciso que o casal saiba valorizar aquilo que tem realmente valor em sua vida, para não permitir que quimeras e coisinhas insignificantes, “picuinhas”, perturbem seu caminhar, comprometendo a construção do projeto de vida a dois.

A psicologia ensina que há vários tipos de temperamentos. Entre os muitos citados pelos especialistas precisamos conhecer ao menos os mais comuns: colérico (pessoa agitada), fleumático (pessoa muita calma), introvertido (pessoa calada), e o extrovertido, isto é, uma pessoa que fala muito. Não há, porém, uma pessoa de comportamento puro; sempre pode haver duas tendências, a chamada binaridade, onde um temperamento pode ser mais dominante que outro. Mas eles nunca são opostos. O colérico pode ter traços de extrovertido e o fleumático pode ter traços de introvertido. No livro, “Ajustamento conjugal” de João Mohana ele afirma que Ambroise Bierce escreveu que “em cada coração humano há um tigre, um porco, um burro e um rouxinol”. Na verdade sempre há um conflito dentro de nós. Isso nos faz lembrar o caso daquele discípulo que chegou a seu mestre eremita e lhe disse: “mestre, tenho dentro da alma dois cães que brigam: um é bom, o outro é mau; qual dos dois vai vencer a luta?” Ao que o mestre lhe respondeu: “aquele que você alimentar”. Cada um de nós por causa do pecado original se sente um pouco assim. Então, cuidado com o cão que você alimenta.

Para seu conhecimento, descrevemos esses temperamentos seguindo a orientação de João Mohana, em seu livro citado acima. As características básicas de cada um e seus efeitos na vida conjugal, para que você identifique-se e conheça melhor o seu cônjuge, e saiba se relacionar com ele. Note que em cada tipo de temperamento há tendências negativas e positivas; e essas tendências podem ser modificadas pela pessoa com a sua conduta.

Ache, você mesmo, sua vontade fraca na prática. Conforma-se à rotina da vida. Come o que lhe servem, gosta de tudo; aceite as coisas com facilidade. É um tanto desleixado com a roupa, o quarto e o escritório; deixe para os outros arrumarem. Pouco exigente com o corpo e não se preocupa com a saúde. Esconde a doença. É o temperamento mais acomodado sexualmente, se domina com mais facilidade. Não se choca com as notícias. Não tem tendência de fazer amizades profundas. Não tem rancor; não se fixa em tabus; não é exigente com a moral; é tolerante e não é escrupuloso, mas não é libertino; é indiferente. É um tanto displicente e relaxado. Convive bem com as pessoas que discordam dele. Não se ofende com facilidade. É calmo e não se impõe. Aceita a humilhação e não busca a vanglória. É relapso nos compromissos que não prefere assumir. Não se decepciona com facilidade. A grande tentação conjugal do fleumático é a rotina. Não é apaixonado, não é caloroso, não se entusiasma facilmente por alguma coisa; não é dado a aventuras; não se empolga com facilidade. Às vezes, parece insensível mesmo diante das grandes dificuldades do casal e da família.

Quando está tudo bem ele é ótimo companheiro; não é exigente nem faz cobranças. O cônjuge de um fleumático tem a vantagem de nunca viver “a toque de caixa”. O fleumático gosta dos filhos, mas um tanto indiferente aos aspectos educativos deles. Não se incomoda nem com as brigas das crianças. Pode ser um excelente avô, do jeito que os netos gostam. Mas o fleumático pode se tornar cínico e impertinente em própria defesa. Existem também, o temperamento extrovertido, mas esse assunto será o tema de nosso próximo encontro. Tamos juntos?

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