Tatiana Santos
O Brasil está vivenciando o Outubro Rosa, mês de conscientização contra o câncer de mama, em que são realizadas inúmeras iniciativas para alertar e ajudar mulheres contra a doença. Uma dessas ações está sendo feita pela itabirana Ana Paula Bueno, que atua com mesa posta, que é o hábito de fazer as refeições à mesa, reunindo pessoas que ama, familiares, criando memórias afetivas e laços.
Ana teve um ‘insight’ para realizar um momento especial, com experiências de mulheres que superaram o câncer. Foi montada uma mesa de café caprichada na praça Acrísio Alvarenga, onde mulheres compartilharam suas vivências em meio à doença. Ana Paula conta que a ideia do projeto ‘Na mesa com a Ana’ surgiu quando levava o filho para a escola e viu a praça sendo revitalizada, fechada com tapumes pelos trabalhadores. Ela observou que não havia nada no local, depois foi colocada uma mesa. Ana parou o carro para visualizar o móvel, mas quando retornou, já haviam três mesas.
“E quando eu vi que a praça ganhou três mesas, eu falei assim: ‘isso é a resposta de Deus, porque eu queria locar uma mesa para colocar ao ar livre para fazer esse projeto'”. Seu pensamento era honrar duas alunas que faziam seu curso chamado ‘Experiência do Lar’, que com determinação e fé venceram o câncer de mama: Juliana Silva e Aline Bretas.
Histórias que emocionam
Ana Paula comenta que no dia marcado para o café foi até a praça Acrísio e arrumou as mesas como se estivesse em casa, utilizando produtos de sua linha recém-lançada, Florescer de Tulipa, com a cor característica do mês de conscientização, rosa. “E tomamos um café agradável na praça. Uma amiga de última hora não pôde vir, mas veio uma, e nós convidamos a pessoa que estava sentada na praça para participar desse momento, dessa experiência ao ar livre com a gente. Nisso, a Juliana e a Aline contaram os seus testemunhos. E foi tão incrível que houve uma troca de informações”, se empolga Ana.
O mais interessante, segundo a idealizadora, é que depois que as mulheres contaram seus testemunhos, uma das amigas de Ana ficou muito emocionada e confidencia para ela algo que a impactou: “Quando as meninas terminaram de contar a história, a minha amiga vira e fala assim: ‘gente, agora eu estou entendendo o que eu estou fazendo aqui. A Ana me convidou para um café de Outubro Rosa, mas eu nem atinei para o Outubro Rosa. Mas eu descobri que eu estou com nódulo, e eu não sei nem por onde eu vou começar’. Então, ali, as meninas conseguiram nortear a minha amiga. Foi toda uma conversa aberta, foi uma conversa linda”.
Depois, a mulher procurou um especialista e descobriu que não se trata de tumor maligno, mas após o encontro na praça, teve noção de como proceder diante do diagnóstico. Até mesmo para Ana Paula, o encontro foi impactante, já que aprendeu lições importantes e essenciais de valorização do próprio corpo e da própria saúde: “Quando a Aline contou a história dela e falou que ainda não reconstituiu a mama, ela não tem as mamas, tem só a marca da vida, aquilo para mim foi muito profundo. Porque eu andava escondendo o meu seio [com peças largas], porque ele é volumoso. Então eu vi que o meu seio é volumoso, mas ele é saudável. Então isso me fez ter uma visão diferente do que eu estava vivendo. E isso foi muito importante”.
Segundo Ana, tanto Juliana, quanto Aline têm tido retornos muito positivos da iniciativa, e lembra que a conscientização sobre a doença não vale somente para o mês de outubro, mas para o ano inteiro, além de destacar o papel essencial da família como base de apoio.