Tatiana Santos
O arquiteto urbanista é um profissional que atua na concepção e planejamento de espaços urbanos, buscando integrar a arquitetura com o urbanismo. E os profissionais da área comemoraram nesse domingo (15/12) o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista.
Dados apontam que em 2024 há no Brasil 226.897 profissionais em atividade, sendo um arquiteto ou urbanista para cada 1 mil brasileiros. O itabirano Luciano Celso representa essa categoria. Ele atua na área há décadas e conhece a realidade do crescimento das cidades. O profissional relata sobre sobre os motivos pelos quais elas cresceram tão desordenadamente.
Segundo afirma, a questão da urbanização está relacionada ao Plano Diretor, que fornece medidas e normas para que toda cidade trabalhe com um traçado para onde vai crescer, e esse traçado tem que ser organizado, tem que observar a logística, a questão do transporte, a infraestrutura da cidade. Ou seja, se exige um planejamento.
Mas há cidades que precisam ser reconstruídas, principalmente sua área central, porque a infraestrutura não foi pensada antes da concepção da cidade. “Então, essa estrutura tem que vir tudo incorporado, tanto a parte urbanística, que se trata da questão da logística em si, e da uniformização daquele município, para onde ela vai sofrer essas alterações”, explica.
Frota de veículos
Com o crescimento da população em Itabira, se aumentou o número de veículos nas ruas, o que pode agravar os problemas na fluidez do trânsito, em especial nas áreas centrais.
Luciano afirma que, segundo dados do IBGE, Itabira tem hoje 62 mil veículos aproximadamente, o que daria um carro e meio por pessoa, para uma população de 113 mil habitantes. “Só que a questão de infraestrutura das ruas não suporta esse número de veículos. Precisa ser reformulado o trânsito em Itabira, principalmente em questão de sinais. Você controla o fluxo com sinais, entendeu?”, explica.
O arquiteto defende que, se há um manejamento de sinais a partir da entrada da cidade, equacionando de acordo com as normas técnicas, é possível diminuir e controlar todo o trânsito. Em horário de pico, o trânsito acaba afunilando na Praça Acrísio Alvarenga. Isso ocorre, conforme explica, a partir da entrada da cidade, cruzando justamente nesse ponto. Luciano ressalta que a situação seria amenizada com sinais de controle.
Acessibilidade
Em Itabira há muitos cadeirantes. A questão do passeio é algo a se melhorar no quesito acessibilidade, e de acordo com Luciano, no município um dos maiores problemas do passeio está relacionado ao degrau. Ele diz que “85% dos passeios de Itabira tém degrau. E a outra coisa também, não existe uma norma, uma dinâmica com respeito ao revestimento de colocar no passeio”, diz, lembrando que se a pessoa não se atentar pode levar um escorregão.
O arquiteto sugere que o poder público pegue um bairro da cidade para fazer um projeto-piloto viabilizando uma normalização desse bairro. Dando certo, a ideia seria copiada para outros. “E aí você tem dimensão de custo, de gasto. A partir do momento que você atende um bairro com uma estrutura realmente de acessibilidade”, finaliza.