Tatiana Santos
Perder a chave de casa e nunca mais encontrar, trancar o carro com a chave dentro. São cenas bastante comuns. Quem nunca? Nessas horas, quem nos salva é o chaveiro, profissional que tem o conhecimento sobre a área das peças.
Em Itabira há vários chaveiros, e um deles é Euler Fonseca, há cinco anos nesse mercado. Ele conta que a demanda pelos serviços é alta. Tanto, que muitos clientes passam aperto sem suas chaves até mesmo à noite, ligam e são atendidos por ele. Euler, que já foi cinegrafista na extinta TV Cultura de Itabira, atuou a área de eventos, iniciou como chaveiro por acaso, na pandemia. “Isso aqui surgiu, eu digo que caiu de paraquedas na minha vida. Eu mexi com frete também, mexi com caminhão e recebi uma copiadora de chave como parte de um pagamento. E essa copiadora ficou aqui em casa perdida”, relembra.
Oportunidade com a pandemia
Com o mundo em isolamento social devido à Covid-19, e sem os serviços de frete, para não ficar parado, ele resolveu atuar como chaveiro em seu próprio imóvel. Mas o profissional se surpreendeu com a procura e se especializou:
“Comecei no peito e na raça. Mas depois a demanda foi aumentando e eu procurei fazer um curso mais especializado para fazer determinados serviços de chaveiro,como abrir uma porta de carro, residencial, mudar o segredo de uma fechadura e outros serviços correlatos”, conta. Hoje ele se encontrou na profissão e diz que está satisfeito, ainda que este seja um trabalho de muita responsabilidade, por lidar com a privacidade e o patrimônio das pessoas.
Uma questão de confiança
Por se tratar de um serviço que se baseia na confiança no profissional, Euler tem história para contar sobre esse quesito. Inclusive, ele já passou situações inusitadas, e por vezes, amedrontadoras.
Ele relata que uma vez estava trabalhando na abertura do veículo de um rapaz que havia trancado o carro com a chave dentro. Durante o serviço chegaram policiais com armas em punho, pedindo para parar. Os militares identificaram Euler e o proprietário do carro, e ele seguiu com o trabalho.
Em outra ocasião, ele foi fazer o serviço para retirar uma mulher que estava presa dentro de casa. “Confesso que eu fiquei meio receoso de fazer isso aí. Mas no fim deu tudo certo. Hoje é uma pessoa que é até cliente minha aqui no chaveiro”, comenta.
Recomendação
A recomendação dele é que a pessoa preste muita atenção quando dolicitar esse tipo de serviço. É importante se atentar em quem se está colocando dentro da sua casa. “Um exemplo, se você não tem confiança nessa pessoa, você nunca entrega a ele a chave e
mande ele fazer o serviço e depois retornar. Porque ele pode simplesmente fazer cópias a mais e depois vender essa chave sua. Ou até mesmo se for uma pessoa de péssima índole, entrar dentro da sua casa”, orienta.
Por fim, ele diz que em Itabira, dentre os serviços com mais demanda são as cópias de chave, mas Euler também vê grande potencial na área automotiva.