Uma infecção vaginal comum, mas que pode ser potencialmente perigosa, agora deve ser considerada sexualmente transmissível, segundo um novo estudo. A vaginose bacteriana (BV), que afeta quase uma em cada três mulheres em todo o mundo, tem sido tratada principalmente como um problema feminino, deixando muitas parceiras sexuais sem tratamento.
Hanae, uma das participantes de um ensaio clínico sobre a BV realizado em Melbourne, na Austrália, compartilhou sua experiência: “Comecei a ter isso com bastante frequência. Eu ia ao médico e era tratada com antibióticos, e quase sempre voltava. Era como se não valesse a pena nem ir ao médico.”
De acordo com a autora principal do estudo, Lenka Vodstrcil, pesquisadora sênior do Melbourne Sexual Health Centre na Monash University, metade das mulheres com vaginose bacteriana vêem a infecção retornar após o tratamento com antibióticos, o protocolo médico tradicional para a condição.
Vodstrcil explicou que a bactéria causadora da BV pode ser encontrada nos homens, particularmente na pele do pênis e na uretra, sugerindo que a infecção pode ser transmitida sexualmente. “Isso explica por que tantas mulheres sofrem recorrências após o tratamento”, afirmou a pesquisadora.
Quando BV foi tratada como uma infecção sexualmente transmissível, com ambos os parceiros recebendo antibióticos orais e os homens utilizando cremes tópicos, a taxa de recorrência diminuiu em mais de 50%, de acordo com o estudo publicado no New England Journal of Medicine na última quarta-feira (5).
FONTE: CNN Brasil