Tatiana Santos
Comprar um veículo é sempre um investimento que exige muita pesquisa, paciência e uma dose de conhecimento de automóveis. Afinal, quais as orientações mais importantes na hora de comprar o tão sonhado carro sem que você tenha dores de cabeça? Invisto num usado ou em um seminovo? Quem responde a essas questões é Adriano Rocha, empresário do ramo de automóveis em Itabira.
O cenário atual para a compra e venda de veículos nunca esteve tão aquecido, segundo explica Adriano. Por exemplo, em 2024, foram aproximadamente 16 milhões de carros usados e seminovos comercializados no Brasil, representando crescimento de 9% em relação a 2023, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). Desde 2011 não se vendia tantos carros nessas especificações no país, e a tendência para 2025 é de continuar esse bom vento para o setor.
Esse crescimento demonstrou que as pessoas optam pelo usado porque, ao comprar um zero quilômetro, há o fator depreciação, ou seja, tirou da concessionária, no primeiro ano ele perderá entre 15% a 25% do valor de mercado. “Isso vai depender, obviamente, da marca do veículo, do tipo de veículo, se é muito comercial ou não, o tanto que você vai rodar também. Você tem que colocar na conta que se quiser vender depois, vai perder dinheiro”, adianta.

O que levar em conta?
Adriano levanta algumas questões a se considerar. O seminovo é opção quando o consumidor quer um com poucos anos de uso. Outra questão é a despesa com o emplacamento e IPVA, que no zero quilômetro acaba sendo uma despesa imediata. Já com o seminovo, esses gastos podem ser negociados em algumas situações. “Essa despesa é outra coisa também que acaba influenciando as pessoas a buscarem um seminovo. Outro cenário também é a questão de taxa de juros”, pontua.
Se a pessoa não tem o valor total para adquirir um veículo zero, ela pensa em financiar. Porém, dados recentes mostram que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros do mundo. Ou seja, se colocar na ponta do lápis, ao financiar, o bem quase dobra o valor. No caso do seminovo é possível não financiar nada ou pagar poucas prestações, e ainda entrar com veículo na troca. Como explica Adriano, o último ponto é o preço do carro zero, que “em meu ponto de vista, está surreal, fora da realidade”.
Questões importantes a considerar
Independentemente do automóvel, se usado ou seminovo, Adriano recomenda se atentar a alguns quesitos. Além de ter um planejamento financeiro, caso a opção seja pelo carro usado a adquirir com um particular, é essencial verificar se ele está com uma boa mecânica. E se o anúncio for pela internet, observar se não se trata de um golpe, algo comum na atualidade. Se vai escolher um seminovo por meio de agência, recomenda-se verificar se a empresa é séria e idônea. Antes de fechar a compra e levar o carro para casa, é interessante levar um mecânico de confiança para olhar o bem antes de fechar o negócio, ou mesmo, levar o veículo até o profissional.
Não menos relevante que a parte mecânica, é a documental, como esclarece o empresário: “Às vezes até mais importante do que é valer o veículo, inicialmente, seria entender a documentação como está. Eu não estou dizendo nem de multas, mas se tem alguma pendência no carro, impedimento que impede de transferir [a propriedade]”. Para isso, deve-se buscar uma empresa que faça um laudo cautelar atestando as condições do automóvel, inclusive o seu histórico e situação legal.