Tatiana Santos
O karatê é um esporte japonês que contém golpes de impacto, como socos e chutes. Apreciado por muitas pessoas, possui cinco regras básicas: Respeitar acima de tudo, criar intuito de esforço, conter o espírito de agressão, esforçar-se para a formação do caráter e fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão. Com esses atributos, não é de estranhar que tenha muitos adeptos. Um deles é Cláudio Santos, professor do esporte e criador da Associação Claudio Santos Karatê Itabira Minas há mais de 15 anos.
Na associação é realizado o ‘Projeto Karatê Harmonia e Paz’ no qual ministra aulas a crianças a partir de 7 anos, jovens e adultos, sem nenhum custo. Os encontros acontecem às quartas e sextas-feiras, das 18h às 20h, no centro comunitário do bairro Gabiroba. É necessário que o futuro aluno vá até o local para conhecer o trabalho, e se gostar, já se inscreve.
Claudio, que é chamado carinhosamente de Miyagi, em referência ao mestre no filme Karatê Kid, explica que criou a associação porque a intenção era fazer atletas e oportunizar a pessoas que têm vontade de treinar, mas não têm condições. Porém, o projeto é aberto a todos os públicos, independente da classe social, não somente aos mais vulneráveis.
Quatro décadas de amor ao esporte
Com experiência de sobra e muitas competições na bagagem, Claudio possui mais de 40 anos no karatê, o que significa que influenciou gerações. Ele sempre esteve envolvido nos esportes, desde muito novo, começando a treinar cedo. Se formou em 1991, e hoje, é quinto grau, passando para o sexto. Isso significa que o professor é um faixa preta avançada, possui um alto nível de conhecimento técnico, experiência e domínio da arte marcial. “A gente tem uma bagagem boa. Já viajamos bastante, já fizemos bastante competições. Hoje, o foco mais é levar as crianças, adolescentes, a conhecerem outras cidades, onde participam, trazem medalhas, troféus e conhecem outras pessoas”, conta.
Sem patrocínio
Em seu projeto, ele conta com a participação de, ao menos, 49 alunos. Mesmo ajudando tantos jovens, promovendo aprendizado, o professor não conta com nenhum tipo de patrocínio, nem mesmo apoio do poder público. Por isso, ele próprio investiu em tatame, luvas de karatê, protetores, e cada aluno compra o próprio kimono. No entanto, Claudio ressalva e solicita apoio: “Aqueles que a gente vê que não tem condições, a gente consegue ainda doar um kimono. E, se alguém quiser nos patrocinar, nos ajudar, ir lá ver como funciona. Quem quiser ir lá ver como que é, porque a gente está com a ideia de expandir mais. Mas, para expandir, temos que ter condições, pelo menos, de os meninos treinarem, não é?”, faz o pedido.
Expansão e disciplina
Com uma visão de futuro para seu projeto, o faixa preta tem a pretensão de ampliar sua atuação, levando o trabalho para vários bairros de Itabira. E ele não fala apenas do esporte em si, mas de valores que busca sempre passar aos seus alunos. “Na verdade, quando a gente chega lá [nas aulas], tem a disciplina. Aquilo que os pais e as mães não podem falar, a gente fala. E, a gente fala também deles, respeitar pai e mãe, professores. A educação que a gente passa para eles, com certeza os pais agradecem”, finaliza. Não é à toa que o projeto foi denominado como ‘harmoniza e paz’.
Interessados em ajudar o projeto ou obter informações, o telefone para contato é: (31) 8876-1198