Dois mandados de busca e apreensão são cumpridos em um desdobramento da operação ‘Sem Desconto’, que investiga descontos irregulares em aposentadorias
A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (14), dois mandados de busca e apreensão em Presidente Prudente (SP) como parte da operação ‘Sem Desconto’ , que investiga um esquema de descontos indevidos aplicados nas aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa vez, a ação teve como foco um operador financeiro suspeito de integrar a rede de fraudes e utilizar o dinheiro desviado para adquirir veículos de luxo.
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Segundo a PF, o investigado tem ligação com uma das entidades envolvidas no esquema, cujo nome não foi revelado. Essa nova fase da operação foi autorizada pela 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal e é desdobramento da primeira etapa da investigação, realizada em 23 de abril, quando foram cumpridos mais de 200 mandados de busca em diferentes estados.
A apuração aponta que diversas associações e sindicatos estavam promovendo descontos mensais diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização dos segurados. Em muitos casos, os valores eram cobrados por serviços inexistentes ou sem qualquer vínculo com os beneficiários.
Com a análise do material apreendido na primeira fase, a PF reuniu indícios suficientes para solicitar novas medidas judiciais, como as buscas desta quarta-feira. A investigação também identificou movimentações financeiras suspeitas, incluindo a compra de bens de alto valor com recursos provenientes das fraudes.
Entre 2019 e 2025, estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões tenham sido desviados por meio desses descontos irregulares.
Processo de reembolso
Com o avanço da apuração, o governo federal adotou medidas para ressarcir os prejudicados. Desde esta quarta-feira (14), os beneficiários do INSS que identificarem descontos indevidos podem solicitar a devolução dos valores diretamente pelo aplicativo Meu INSS.
Após a contestação, as entidades têm até 15 dias úteis para apresentar documentos que provem a autorização da cobrança. Caso não consigam, terão mais 15 dias para fazer a devolução do dinheiro ao INSS, que será responsável por repassar os valores aos segurados.
A restituição não será feita diretamente nas contas bancárias, como forma de proteger os dados dos aposentados e evitar novas fraudes.
FONTE: ITATIAIA