Marcos Gabiroba
QUARESMA TEMPO DE REFLEÃO E NÃO DE EXPLORAÇÃO
No começo de mais um mês, já em plena Quaresma, sempre deparamos com uma nova realidade, principalmente, quando estamos diante do Evangelho que nos questiona e nos coloca diante da necessidade de dar respostas concretas a Deus no dia a dia de nossa história. Normalmente o Evangelho se divide em duas partes: a primeira fala de nossa relação com o dinheiro, com os bens que possuímos; a segunda nos alerta para que essas preocupações e os problemas da vida não afastem de nós a alegra de viver. Diante de um Deus tão cheio de amor, a ponto de nos deixar passar despercebido nenhum detalhe da obra de sua criação, nós somos questionados quando as coisas, os bens, as preocupações, passam à frente de nós, impedindo-nos de enxergar o outro e o mundo que nos cerca. Já pensou nisso caro ouvinte?
Nesses momentos, às vezes a prudência se faz necessária. Cautela. Não é por nada não. Não é por medo ou estratégia. É a prudência pela prudência. Falar pouco, não ser precipitado, não se vangloriar ou maldizer de alguém são aspectos da prudência que devem ser cultivados. Olhar onde pisa, vislumbrar a estrada, caminhar seu caminho com serenidade.
A prudência o tornará sereno. Fará você uma pessoa íntegra e livre. Livre das vaidades e das competições. A prudência é, no fundo, lá no fundo mesmo, uma espécie de autorrespeito. Caminhar o seu caminho sem querer admiradores ou seguidores, sem pressa para galgar etapas, torna sua vida mais calma e boa. Voltamos muito o nosso foco para as nossas metas, para as pessoas e nos predemos nelas. Na prudência nos aproximamos de nós mesmos, de nosso referencial, sem medo de perder o que temos, ou desejamos conquistar. O apego ao que temos, principalmente à nossa autoimagem e ao nosso desejo de conquistas, nos torna imprudentes. Para sermos prudentes não podemos nos apegar aos nossos desejos de posses e de conquistas. O nosso foco deverá ficar sempre no nosso valor como ser humano, se ter u provar nada ou vencer. Aprender a amar a vida, despojado de apegos do ego, faz com que fiquemos mais nos nossos momentos. Nos permite um maior contato com a realidade, tanto interior como exterior, sem pressa.
Na prudência o que importa é o contato de uma ação ditada por ele e não pelo desejo. A prudência é uma atitude realista. Também pensem nisso!
Esperar o dia amanhecer e cantar aos primeiros lampejos da Alba. Cintilante, solitária, soberana no azul do céu. Manhã, Despertar. Silenciosamente os seres despertam e caminham pelo vale
Começo. Disposição e satisfação na nova vida do dia. Amor. A trilha está feita. É só caminhar. É bom despertar para um novo dia e vislumbrar a estrada. O caminho. A estrada é longa, a trilha incerta. Caminhar, avançar, percorrer rumo ao desconhecido. Para onde o leva a estrada? Para onde levarão seus amores e seus temores? De nada valerá sua aflição, de nada valerão seus apegos e suas vaidades. Ilusão. O caminho está feito. Coloque o pé na estrada, com serenidade e com resignação e ande. Ande pelo andar somente, contente por andar e receber o que virá. Não se atormente. A estrada não tem fim e, muito menos, você sabe o seu começo. Ela existe e você está nela. Observe-a. Contractue com ela. Receba o que dela vier, com carinho. Quem encontrará pelo caminho? Com quem andará seus passos? Respeite o que vier. Viva. As coisas que encontrar é para você. As pessoas que encontrar, estas são para você. O acaso os colocou em sua estrada para transformá-lo e aprimorá-lo. A vida, até o fim, é um aprimoramento e uma transformação. Corpo, alma e espírito. Já pensou nisso, caro ouvinte?