Tatiana Santos
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) realizou uma pesquisa que apontou que o Brasil possui quase 700 mil enfermeiros ativos, ou seja, cadastrados em seus respectivos conselhos. No último domingo (12/05) foi comemorado o Dia do Enfermeiro, profissional de grande importância na linha de frente da saúde e que ajuda a salvar vidas.
A enfermeira itabirana, Maria Cecília Barbosa, conta sobre sua experiência na área. Ela diz que a decisão pela profissão não foi de imediato, nem exatamente algo sonhado, mas “foi um direcionamento de Deus mesmo que apareceu na minha vida, e aos poucos, eu fui me identificando, fui gostando e não tinha outra profissão”.
Meio que por acaso
Inicialmente, Maria Cecília começou a fazer o curso de Enfermagem sem muito conhecer da profissão e no dia a dia, dentro das disciplinas, começou a se identificar. Ela ainda se surpreende: “Como que encaixou perfeitamente. Foi o que eu sempre busquei. Eu me surpreendi comigo”. Essa surpresa se refere ao fato de algumas pessoas começarem na área com medo/ojeriza de sangue, aplicar injeção e outros procedimentos, mas que na medida que exercem até mesmo no curso, percebem o medo indo embora.
“De criança, imagina uma pessoa que não tolerava nenhum tipo de machucado. Tinha medo mesmo. E eu sempre fui muito ativa de brincar, correr, ralar joelho. Era comum. E, de repente, de acordo com o ambiente, não sei, a gente amadurece e mudou. Hoje é uma alegria poder estar ajudando alguém que está doente”, se entusiasma.
Pandemia
Maria Cecília destacou o período da pandemia, entre 2020 e 2022, no qual os profissionais da área se desdobraram, arriscaram as próprias vidas, e que “hoje a gente tem um olhar renovado, diferenciado sobre o trabalho do enfermeiro”. Segundo a percepção da enfermeira, as pessoas têm cuidado um pouco mais na saúde no dia a dia, já que agora as informações têm chegado com mais facilidade. “Eu acho que a informação chegou, ampliou, as pessoas buscaram entender algumas coisas. Existe um público mais ativo, antes era muito passivo”.
Com propriedade de quem lida com a saúde diariamente, a enfermeira defende que a primeira casa do ser humano é o corpo físico, pelo qual tudo o que se faz, se expressa, imagina e cria reside na casa-corpo. Segundo a profissional, se esta casa está doente, não tem condição de despertar para nada, e a enfermagem é uma profissão que cuida dessa moradia.
Há 15 anos salvando vidas
Com cerca de 15 anos na área, Maria Cecília garante que amadureceu por completo através da enfermagem, e ela brinca com os novos colegas de profissão que amadurecerão três vezes mais que em qualquer outro ramo, pois lida com o sofrimento alheio. “A gente fala que a profissão, o ambiente de trabalho, é um ginásio psicológico. Então, quando uma gente vê o sofrimento do outro, a gente consegue ter uma percepção diferente. E é um trabalho que faz a gente ser mais humilde, faz a gente acreditar mais, ter fé”, encerra.