Tatiana Santos
O Agosto Lilás é uma campanha que foi criada com o objetivo de combater a violência contra a mulher no Brasil. A campanha se vale do mês de agosto para realizar eventos de conscientização em todo país. Neste último dia do mês, 31 de agosto, o destaque é para o trabalho da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), do 26º Batalhão da Polícia Militar em Itabira.
Sargento Luigy e soldado Tallyta fazem parte desse trabalho e explicam como é a atuação da PPVD. De acordo com os militares, a equipe é voltada para a prevenção aos crimes de violência doméstica em Itabira. Ela é composta por dois militares, sempre um policial masculino e uma policial feminina.
Após acontecer um crime registrado, os integrantes da PPVD vão até a vítima para prestar o atendimento. “A gente vê os registros policiais que ocorreram, fazemos levantamento dos casos mais graves e trabalhamos monitorando essa vítima, juntamente com apoio. A gente tem uma rede enorme aqui no município de Itabira”, diz o sargento.
Parcerias
Alguns dos parceiros são o Centro de Referência e Apoio à Mulher (Cream), profissionais de atendimento psicológico e assistencial à vítima, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Promotoria e a Justiça.
“É muito importante trabalhar em rede, para que a gente possa fortalecer essa vítima, para ela romper esse ciclo de violência”, emendou o militar. Ele esclareceu que essa quebra do ciclo de violência significa que a mulher precisa tomar a decisão de sair dessa vida de abusos e romper totalmente qualquer tipo de vínculo com o agressor/autor.
Muito trabalho no Agosto Lilás
Soldado Tallyta acrescenta que durante a campanha Agosto Lilás a equipe da PPVD desenvolveu diversos trabalhos voltados à conscientização e esclarecimentos sobre o tema. “Então, a gente tem feito muitas palestras, blitze educativas com entrega de panfletos. A gente fez, inclusive, blitz em parceria com o Cream”, comenta.
Os militares da patrulha lembram que a violência doméstica não se caracteriza somente pela agressão física, mas também há a violência patrimonial, moral, psicológica e sexual. A soldado exemplifica que esta pode ser representada por humilhações, rebaixamentos dentro de casa e diversas outras maneiras. “Hoje, a violência psicológica é considerada crime. Então, a vítima consegue fazer uma ocorrência de violência psicológica, consegue pedir uma medida protetiva”, salienta.
Denúncia
Algo muito importante que as pessoas devem tomar conhecimento, segundo os militares, é que, para ter a solução da violência, é essencial que se faça a denúncia do autor. Há casos em que a vítima nem se dá conta de que está sendo vítima, pois está passando no seio familiar e a situação foi crescendo gradualmente naquele ambiente. Nesse caso, terceiros acabam tendo que intervir e denunciar. “Às vezes, quando chega nesse ponto de ter um flagrante, às vezes, não é nem a própria vítima que acionou [a polícia], é porque a coisa ficou tão séria que os vizinhos ouviram. Então, eles acionam [a polícia]. Aí a polícia chega ali no momento que está acontecendo o fato e consegue prender o autor”, especifica. Para denúncias, é fundamental acionar o 190 ou o 180. A Polícia Militar garante o anonimato do denunciante.