Tatiana Santos
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico da pessoa, havendo uma inúmera quantidade de características que variam de pessoa para pessoa. E neste mês é comemorado o Abril Azul, que é um momento dedicado à conscientização do transtorno.
De acordo com a psicóloga Izabel Alves, a condição se caracteriza por desenvolvimentos atípicos, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. A pessoa pode apresentar dificuldade para interagir socialmente, expressar suas emoções, ter uso repetitivo da linguagem etc.
“E esse mês de abril, que nós chamamos do mês azul, fala sobre a importância do entendimento, do conhecimento, sobre buscar informação quanto ao espectro autista. Nossas crianças, hoje, que estão adentrando às escolas e estão sendo diagnosticadas mais cedo. Isso é muito importante”, aprofunda.
Preconceito
Conforme a psicóloga, apesar de o espectro chegar com mais facilidade às pessoas, muitos pais e mães ainda sofrem preconceito em relação aos filhos com a condição. Segundo ela, até mesmo nos locais públicos existe um julgamento quanto à educação dos pais e há dificuldade da sociedade lidar com o autista: “Simplesmente, nós ainda vivemos numa sociedade com muito preconceito e que tem pouca vontade de buscar o conhecimento para entender o que é o transtorno do autismo”.
Ela prossegue: “Então, muitas mães sofrem, os pais sofrem, as crianças sofrem por causa do preconceito, por causa de situações. Muitas vezes dentro de lojas, supermercado, esses pais são criticados por dizer que não educam os seus filhos, porque os filhos são birrentos, são sem educação, é aquela coisa toda”, descreveu.
Inteligência
Para Izabel, quando se fala de uma criança com autismo, se fala de uma pessoa muito inteligente, mas com muitas limitações sociais, sendo necessário haver um olhar especial, um cuidado especial e quanto mais conhecimento a sociedade tiver, melhor será para as crianças e os nossos pais atípicos. A profissional lembra que é muito comum ver mãe de autistas tirando a própria vida por não suportar tamanho preconceito e julgamento.
“Então, que esse mês de abril, o mês azul, possa ser uma referência para que a gente possa buscar o conhecimento, para que nós possamos contribuir com as pessoas com autismo”, finalizou, lembrando que até alguns anos atrás, os números eram de uma criança diagnosticada a cada mil. Hoje, a cada 37 crianças nascidas, uma é autista.