Tatiana Santos
A itabirana Clara Leal Sana, de 10 anos, conquistou o primeiro lugar no Torneio Nacional de Ginástica de Trampolim, no duplo mini categoria pré-infantil. A competição foi realizada entre os dias 1º e 5 de outubro, em São Paulo, e contou com a participação de atletas de todo país. Clara integra um projeto de ginástica de trampolim apoiado pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ).
Além do lugar mais alto do pódio no duplo mini, Clara também alcançou a quinta colocação no tumbling na mesma categoria e o quinto lugar no trampolim sincronizado, categoria infantil. No ano passado, ela já participou de dois campeonatos mineiros de ginástica e conquistou a 1º colocação em um deles.
Durante toda a competiçã da semana passada, a menina contou com o acompanhamento dos pais, Clarissa e André, que vibraram a cada pontuação no painel. A mãe contou sobre a trajetória de Clara durante o programa Conexão Regional, na Rádio Pontal, na última quinta-feira (10).
O início
Clarissa revelou que a paixão pela ginástica não é uma empolgação momentânea, mas algo que já vem de alguns anos, influenciada por uma gigante da ginástica. “Clara é aquela criança peraltíssima, que gosta de dar saltos e pulos. E em 2021, teve a Olimpíada que seria em 2020. Ela despertou a paixão vendo a Rebeca Andrade, vendo a equipe do Brasil nas Olimpíadas”, disse Clarissa, que ainda se lembra de acordar às 5 horas da manhã para assistirem às competições vibrando juntas.
Na escolinha em que estudava, a mãe a matriculou nas aulas de ginástica artística, sob a tutela da professora Stael, que também atuava no projeto da SMELJ, porém, na ginástica de trampolim. A instrutora viu potencial em Clara e a menina passou para o trampolim, pela maior facilidade de acesso em Itabira.
Apesar de não ser um esporte tão popular quanto o futebol, por exemplo, a ginástica foi aprovada por toda a família, que apoia a garotinha em todas as competições: “A ginástica de trampolim, a família inteira conheceu junto com a Clara e está cada vez se inteirando mais. Mas todo mundo é coruja, vibra, torce, todo mundo sabe o potencial que ela tem, uma habilidade nata. Acho que o principal na questão dela é porque ela é extremamente disciplinada, focada e responsável”, confessou a mamãe coruja.
Esporte e estudos andam juntos
Exatamente pelo fato de ser tão focada, a menina, que faz o 5º ano, entende que é importante levar à sério o esporte, mas também os estudos, e não gosta de faltar às aulas: “Semana passada a gente viajou, eu fui junto [para a competição]. A gente viajou na segunda, então ela perdeu aula de terça a sexta. Quando eu falei da entrevista na Rádio Pontal, ela falou assim: ‘mãe, mas eu vou perder mais um dia de aula'”. Por esse motivo não conseguiu participar da entrevista junto de Clarissa.
Mudança de rotina familiar
Se engana quem pensa que só a rotina da menina fica, de certa forma comprometida devido às competições e treinos. Nos dias em que Clara precisa treinar, Clarissa abre mão da rotina em sua clínica, já em campeonatos, ela leva seu computador para trabalhar entre uma bateria de disputas e outra.
Atualmente, os treinos da ginasta ainda não são tão intensos e acontecem duas vezes na semana, mas em época de campeonatos, a menina tem que se dedicar ainda mais, o que certamente acontecerá a partir do próximo ano, já que terá treinos diários. Para Clarissa, a filha vivenciar a rotina de competições traz valiosos ensinamentos para além da ginástica. Um deles é aprender sobre os altos e baixos da vida, ganhar e perder, e o pensamento que pode acometer os atletas de que os resultados não foram justos: “Tudo é aprendizado. É uma questão, no final das contas, quando a competição acaba, você fala assim: ‘gente, quanta coisa isso ensinou para uma menina de 10 anos'”.
A garotinha, que faz parte do projeto encabeçado pelo esportista Márcio Guerra e outros grandes ginastas itabiranos que já se sagraram campeões brasileiros, sul-americanos e mundiais, cabe a Clara, seguir em frente, sem desanimar e sempre contando com o apoio daqueles que a amam. Obviamente, Clarissa fica na torcida por voos bem mais altos: “Olha, a gente acha que ela vai se desenvolver ainda mais. Ela tem um futuro bem legal”, declarou a mãe, que acredita até mesmo em uma Olimpíada futuramente.