Tatiana Santos
O Carnaval está batendo às portas. Confete, serpentina e muita alegria são os ingredientes principais desta festa que arrasta multidões Brasil afora. E Itabira não fica de fora. Mais uma festa momesca, e o bloco ‘Madalena Não Gosta de Poema’ se prepara para sair às ruas da cidade. O criador e presidente do Madá, como é carinhosamente chamado, Hebert Rosa, participou do programa Conexão Regional, na rádio Pontal, e contou como tudo começou. Segundo ele, a criação data de 2015, quando Itabira passava “por um momento muito obscuro culturalmente, principalmente, essa cultura de rua, inexistente há muito tempo”.
Segundo o fundador, o bloco surgiu em um Festival de Inverno, onde ele levava uma caixa de isopor de nome Madalena, e ficava rodeado de amigos tomando suas bebidas. Foi aí que resolveu colocar o bloco na rua. Hebert, que frequenta o Carnaval de Olinda há anos, juntou a cultura pernambucana dos bonecos gigantes, com a identidade itabirana. Com isso, trouxe a inspiração para criar a ‘bonecona’ Madá para representar o bloco. A personagem foi feita em Olinda, paga com recursos dos próprios foliões que frequentavam a manifestação popular.
Admirador de Carlos Drummond de Andrade, Hebert quis valorizar o povo que gosta de estar na rua se divertindo, e uniu à sutileza de mostrar que a cultura não é somente para as pessoas que têm status ou uma condição social mais abastada. “A Madalena não é tão erudita assim. Ela gosta de feira, gosta do pastel da rodoviária, de dar uma volta pela Cobal, ela pega ônibus”, descreveu.
Integrantes
O Madalena tem aproximadamente 45 integrantes fixos, entre maestros e músicos de Itabira e diversas cidades. Há o bonequeiro, que carrega por horas a personagem Madalena, o porta-estandarte, o folião levando a chave que abre simbolicamente o Carnaval de rua em Itabira, além de todo o povo durante o cortejo. Tradicionalmente, o trajeto é feito nas imediações do bairro Pará e Centro Histórico de Itabira.
Cortejo
O bloco sairá às ruas no pré-Carnaval em 3 de fevereiro, com muito frevo, marchinha, maracatu e coco, abrindo a festa carnavalesca. Como todos os anos, nesta edição haverá um homenageado, que ainda está mantido em segredo pelos membros. Mas, Hebert adianta, em tom de suspense: “Quem será? Vai ser uma surpresa. Vai ser uma mulher super importante do Carnaval. O Carnaval dessas pessoas que estão vivas, presentes até hoje, vê o dos anos 1980, 1990. Essas pessoas que estiveram em escolas de samba dessa época, são muito importantes e elas estão aí”.
Planos
Entre os projetos para o futuro, os planos são bem audaciosos, conforme disse Hebert: ampliar sua atuação social com alegria peculiar e trazer o frevo de Olinda para Itabira, em comemoração aos 10 anos do bloco itabirano, o que segundo o criador, será o ápice do Madalena.