Tatiana Santos
O Brasil tem vivenciado uma explosão nos casos de dengue. Somente em 2023, os números chegaram a 327.238 casos, o que resultou em 204 mortes de janeiro a dezembro. Neste ano de 2024, até o dia 22 de janeiro, já há suspeita de 32.316 pessoas possivelmente infectadas, sendo 11.490 confirmações, que podem ter resultado em 14 mortes (suspeitas). Há duas mortes já confirmadas em Minas Gerais.
A servidora pública e fotógrafa itabirana Cris Guerra passou pela experiência de ser acometida pela doença da pior maneira possível: ficou internada por quase três meses e teve as duas pernas e a maioria dos dedos das mãos amputados no ano passado. Hoje, ela conta sua história de superação e conscientiza as pessoas sobre a importância dos cuidados contra a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti. Ela contou sua história em entrevista ao programa Conexão Regional, da rádio Pontal, nessa segunda-feira (29).
Cris começou a passar mal com diarreia, vômitos e dores pelo corpo no dia 12 de maio de 2023. Na ocasião, consultou, foi diagnosticada com um quadro de dengue e foi para casa. Ela continuou a passar mal, e ao receber uma visita da irmã, esta percebeu que suas mãos estavam roxas e a encaminhou para o hospital, recebendo soro na veia, em observação. No mesmo dia, à noite, foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), em Itabira.
Os sintomas só pioraram, com mãos e pés aumentando os roxos. Ela foi entubada, teve um com induzido e foi necessário que as pernas e os dedos fossem amputados. “Essa fase foi uma fase muito difícil, porque quando foi dar a notícia para a família, que foi uma coisa muito ruim, a família meio que não aceitou muito. As pessoas não aceitam a situação, porque é um quadro muito difícil”, relembra Cris.
A servidora pública, ainda na internação, passou por um AVC frontal, pneumonia e uma infecção muito forte, que só foi detida após vários medicamentos. Ao todo, foram 84 dias no hospital. Foram dias extremamente desafiadores, mas ainda assim, a itabirana não enxergou a situação com negatividade: “Em nenhum momento eu recebi a notícia com revolta, eu simplesmente aceitei”, rememora.
Cris tem a convicção de que o período que vivenciou a deixou ainda mais forte como pessoa. Ela quer influenciar pessoas a nunca desistirem, mesmo diante das lutas, mas, principalmente, conscientizar toda população quanto à importância dos cuidados na luta contra o Aedes Aegypti.
Confira a entrevista na íntegra: