Tatiana Santos
O último mês do ano chegou, e com ele, a campanha Dezembro Laranja, que é uma iniciativa que foca a prevenção ao câncer de pele. Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a ação tem o objetivo de levar conscientização a respeito do câncer que abrange 33% da sociedade entre todos os cânceres no país. Com amplo engajamento na campanha em Itabira, a dermatologista Daniela Miolo, e a voluntária da associação Oncoviva, participaram do programa Conexão Regional, da rádio Pontal, nessa terça-feira (12). A proposta foi levar informações importantes sobre o tema.
Conforme Daniela esclareceu, existem três tipos de cânceres de pele: o carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Os dois primeiros são menos invasivos, o prognóstico é melhor e o tratamento é mais fácil. Por sua vez, o melanoma se mostra mais agressivo e com maior taxa de mortalidade. No entanto, como esclareceu Daniela, se diagnosticado de maneira precoce, a chance de cura chega a 90%.
Fatores de risco
O principal fator de risco é a exposição solar sem formas de proteção. “Pessoas que fazem exposição ao sol sem usar protetor solar desde a infância, porque a agressão ao sol tem seu efeito cumulativo. Com o passar dos anos, essa exposição solar sem o cuidado do uso do protetor é um fator importante de risco para o câncer de pele, principalmente para o carcinoma basocelular, que é o mais comum, e o carcinoma espinocelular”, pontuou.
Ainda sobre o bloqueador, o fator de proteção deve ser de, no mínimo, 30 para ser considerado de alta proteção. Daniela ainda chamou a atenção para inserir o hábito do uso ainda na infância, para que as crianças cresçam conscientes da importância do produto no dia a dia. O uso deve ser diário e várias vezes no decorrer do dia, especialmente se houver exposição solar, inclusive em dias nublados. A predisposição genética também se mostra um fator de risco relevante, ou seja, existe a chance de acometimento do câncer em parentes de graus próximos que tiveram a doença.
Observação
Devido à rotina corrida, muitas pessoas não observam o próprio corpo, sendo essencial fazer uma auto examinação e ficar atento aos sinais de alerta. Por exemplo, uma pinta suspeita pode ser um sinal de alerta para buscar um dermatologista. “Por exemplo, uma pinta que as metades não se casam, uma metadinha da pinta não é igual à outra. Uma pinta que tem uma borda irregular, uma borda curvada. Uma pinta que tem mais de meio centímetro. É um conjunto dessas informações”, exemplificou. Uma pinta com partes de cores diferentes entre si, com diâmetro maior que dois centímetros, também deve ser avaliado.
Pessoas negras também têm câncer de pele
Um mito que foi desfeito pela dermatologista é de que pessoas de pele negra não são acometidas pela doença. Ela foi enfática, afirmando que sim, pessoas de cor escura podem ter câncer de pele. Isso, porque pessoas brancas e negras têm a mesma quantidade de melanol, que produz a melanina. Porém, peles escuras possuem mais melanina, o que protege a pele da radiação ultravioleta. Apesar de terem maior proteção, isso não os isenta de ter a doença, ainda que em menor incidência.
Tratamentos
Os tratamentos, tanto para o câncer não melanoma, quanto para o melanoma variam conforme o tipo, a extensão e gravidade. Os mais comuns são: remoção cirúrgica; curetagem e eletrodissecção (rapasgem e queima da lesão); criocirurgia (congelamento com nitrogênio); laser; terapia fotodinâmica.
Parceria importante
A atuação da Oncoviva no decorrer da campanha em Itabira tem sido ativa. De acordo com Laureana Moreira, a iniciativa é de extrema importância pelo caráter de conscientização, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. A entidade tem feito a distribuição de panfletos à população, comparecido aos meios de comunicação, utilizado amplamente as redes sociais. Além disso, têm atuado junto a empresas e com palestras. “É importante a informação, porque a informação salva vidas. Então a gente precisa realmente dessa conscientização, e estamos juntos”, descreveu.
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