Tatiana Santos
O Dia Nacional da Biblioteca é comemorado em 9 de abril. Seja uma biblioteca particular ou pública, é de grande relevância para o conhecimento dos seus frequentadores. Em Itabira, os leitores podem encontrar o espaço de leitura no segundo pavimento da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), mas há ainda aquelas nas escolas particulares e públicas.
Idades diferentes, vivências distintas. Gracielle Ramos é professora de Língua Portuguesa na Fundação Itabirana Difusora do Ensino (Fide), e Isabelle, 14 anos, é aluna do 9º ano da instituição. Apesar de estarem em posições completamente diferentes, elas valorizam e entendem a importância do local.
Orgulho do avô
Adepta de estar na biblioteca da escola no dia a dia estudantil, Isabelle assume que na infância ainda não havia tomado gosto pela leitura. Ela, inclusive herdou do avô, que era professor, uma coleção de livros assinados. Com o novo hábito, a estudante tem convicção de que orgulha o avô.
“Tipo assim, quando eu era mais nova eu não tinha muito costume de ler, mas, quando eu fui crescendo, passei por um momento difícil. E a leitura me ajudou muito, porque era um momento que eu conseguia pensar em outras coisas, focar em outras coisas. E para mim, ler melhorou meu desempenho. Ao ler, você começa a entender a história, se torna uma coisa importante. E eu não consigo imaginar, agora, se eu não tivesse começado a ler, se eu não tivesse começado a entender o que eu estava lendo. Não necessariamente que as minhas notas melhoraram ou pioraram, mas, eu sinto uma diferença em mim mesma. E é muito importante a leitura para mim, porque o meu avô é professor de línguas, e ele poder ter me dado os livros de Monteiro Lobato, as coleções assinadas dele, foi muito importante. Então eu me sinto feliz por poder dar esse orgulho assim para ele”.
Após adquirir o hábito de frequentar a biblioteca da instituição, Isabelle até passou a ler mais em casa. Somente em 2023 passaram pelas suas mãos, nada menos que 14 obras lidas. “Depois que eu comecei a ler os livros aqui da escola, eu comprei um Kindle [leitor de livros digitais], que é onde tem mais acesso aos livros e atualmente eu leio bastante. Assim, não o bastante. Eu gostaria de ler mais. Por exemplo, ano passado, acho que eu li 14 livros durante o ano. Assim, eu gostaria de ter lido mais. Acho que eu tinha capacidade de ler mais, mas, eu me sinto feliz de ter lido 14 livros, porque antes eu não lia, tipo, cinco por ano”, relatou.
A jovem aconselha aos jovens que não gostam de leitura, que procurem um tema tenham afinidade, para ser algo mais atrativo. “Nem que seja um livro sobre algumas frases, fantasia ou ação, ou alguma coisa assim, para você poder começar. E depois, você vai aumentando os seus livros, o seu conhecimento, experimentando coisas novas”, recomendou a aluna.
Espaço importante de trocas
Já a educadora, diz se emocionar ao falar de leitura, uma vez que, por meio dela, é possível desbloquear as memórias afetivas, se possibilita conhecer autores importantes, obter conhecimento e viajar no mundo da imaginação.
“Até porque, quem de nós não se emociona ao lembrar das leituras que os pais liam para a gente, lembrar do Monteiro Lobato, do Drummond, o nosso Poeta Maior? Então, a leitura é muito presente na nossa cidade. Até porque, temos outros artistas que se dedicam à literatura, à arte de escrever. A biblioteca, para mim, é o universo da leitura. A biblioteca representa o que de mais importante a gente deve ter, que é esse momento de a gente estar com o livro, conhecendo vários autores, tendo a possibilidade de abrir o nosso leque. A gente pode também pensar em escolher os nossos autores prediletos, aqueles autores que marcam a gente, ou pela leitura, ou mesmo pela vida literária. Então, eu acho muito importante esse espaço. Há uma troca muito grande nesses espaços, troca, conhecimento, melhora a visão de mundo, até porque a gente vive num mundo letrado. Eu fico muito triste quando vejo pessoas que falam que não gostam de ler. Isso me deixa muito chateada, porque eu fico pensando como é que eles não gostam de ler se vivem num espaço letrado. A todo momento a gente se depara com textos, os textos representam a nossa vida. Então, é muito importante, acho muito legal essa iniciativa. Parabenizo você por essa oportunidade”, discorreu sobre a leitura.