Tatiana Santos
O dia 19 de agosto é uma data de grande importância para aqueles que vêm nas duas rodas uma maneira de trabalhar corpo, mente e estar em contato com a natureza. Na última segunda-feira foi comemorado o Dia do Ciclista, atleta que compete em diversas modalidades do ciclismo.
Esse é o caso do professor itabirano de Literatura, Guilherme Souza, que se inseriu no esporte de maneira bastante curiosa, como descreve. Ele afirma que em sua trajetória, tanto a educação quanto o ciclismo se intercalam, e que iniciou no pedal quando tinha cerca de 13 anos. O motivo era sua falta de habilidades com o futebol até mesmo nas aulas de educação física. Com isso, buscou outras alternativas, dentre elas, aprender a andar de bicicleta.
O que não faltou foram perrengues: “Peguei gosto, tomei uns tombos, fiquei em casa ralado, mas chegar sujo de terra [em casa], a adrenalina, isso mexeu comigo de uma forma muito boa, e principalmente pelo fato de ser um esporte que aparentava ser individual”. Apesar de o jovem Guilherme pensar se tratar de um esporte individual, hoje ele entende que, por mais que saia sozinho, exige-se uma equipe, um suporte para um atleta profissional ou amador.
Movimentação do corpo
O professor ainda destaca que outro fator que o fez buscar pelo ciclismo foi a necessidade de movimentar o corpo, viver novas experiências e se aventurar. Isso com o grande incentivo do irmão mais velho, Fernando, que já tinha o hábito de fazer trilhas, andar de bicicleta, descobrir novos lugares. “A minha família, nós sempre tivemos hábitos de sair, de acampar, de se aventurar pelo mundo. Eu ainda, além do ciclismo, gosto de acampar, de fazer trekking, desses esportes na natureza, em local aberto, gosto de aventuras”.
Desafios dentro da cidade
Apesar de amar o esporte e a cidade onde mora, Guilherme avalia que Itabira é “intimidadora para o ciclista”, pelo fato de ter topografia íngreme, com muitos morros, além de ter pouca estrutura para o praticante. Mesmo assim, o professor já se arriscou indo trabalhar de bicicleta, o que para ele, hoje em dia já não mais algo viável, pois mora no bairro Gabiroba, distante do trabalho na região central.
Ele comenta sobre os principais riscos: “Dentro da cidade, na área urbana, seria mesmo a falta de uma faixa específica para ciclistas e a questão do trânsito dos carros, porque Itabira é uma cidade que já está com trânsito muito cheio, e até mesmo de carro ou de moto, eu diria que já há uma certa dificuldade. Mas é um movimento natural, uma cidade que está em crescimento. A questão é só pensar e planejar um crescimento mais ordenado e organizado”.
Falta de segurança
Guilherme lamenta a falta de conscientização dos motoristas e motociclistas quanto à segurança dos ciclistas no trânsito, além de poucas ciclovias na cidade. Para o professor, deveria ser feito um estudo de viabilidade para implantar uma faixa exclusiva destinada à prática deste esporte, até porque, Itabira tem um grande potencial de atletas. “Nós poderíamos estar disputando frente a frente com outra cidade incrível, que é Mariana, cidade aqui perto. E tem toda a sua estrutura, principalmente para o mountain bike, que seria o ciclismo de aventura na terra, em trilhas. Lá eles são considerados uma potência e o paraíso do mountain bike no Brasil”, descreve.
Guilherme gosta de percorrer longas distâncias, o que exige muito treino e dedicação. Ele já viajou de bike acompanhado, mas também sozinho, carregando uma barraca para acampar ou mesmo dormindo em hotéis. E o mais importante de tudo para essas viagens, é estar com a saúde em dia, tanto para não passar apertos desnecessários, quanto para garantir a contemplação da natureza, testar suas habilidades e ganhar novas experiências.