Tatiana Santos
Em 6 de dezembro, profissionais celebraram uma data importante para aqueles que levam conhecimento, tecnologia e suporte técnico para agricultores de todo país, com o Dia do Extensionista e da Extensionista Rural. O termo não é muito conhecido, mas a profissão é abrangente, já que presta importante auxílio aos produtores rurais, grandes geradores de emprego e desenvolvimento ao país. Três profissionais da área em Itabira, que atuam na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), explicam suas vivências na atuação e a relevância desse trabalho: Cibele Moraes, Mauro Ferreira e Joubert de Souza.
Valorização
De acordo com Cibele, o cargo é uma criação da própria Emater, voltado à atenção e orientação ao homem do campo. “É a gente levar o conhecimento técnico do produtor rural e, ao mesmo tempo, a gente troca a ideia com ele. Troca a experiência, porque o produtor tem a prática, tem a vivência no campo. Então, a gente leva a teoria e isso que é o trabalho da extensão rural”, detalha. Curiosamente, ela é formada em Nutrição e trabalhou por muitos anos na área clínica antes de fazer o concurso da Emater. Segundo Cibele, o que pesou para sua migração de profissão foi a desvalorização salarial na área da saúde e ela partiu para o concurso pelo desejo de conquistar estabilidade. Ela atua hoje como extensionista de bem-estar social, onde estão profissionais também da pedagogia, ciência social etc.
Conexão com o homem do campo
O colega Joubert, por sua vez, é extensionista agropecuário. Ele é engenheiro agrônomo e atuava no apoio à iniciativa privada, mas está na área há pouco tempo. “Durou um período e resolvi entrar na extensão rural, entrar na Emater. Era um desejo que eu tinha mais antigo, desde mais cedo, mas não tinha oportunidade”. A oportunidade veio em 2018, quando prestou concurso e conseguiu uma vaga. Joubert diz que sua profissão atual faz o elo de conexão com a pesquisa e o produtor rural. Ele ainda acrescenta que, como o foco é promover o desenvolvimento social e econômico do homem no campo, mas para isso, tem que estar acompanhando as novidades, informações geradas pela pesquisa, além de estar em contato com o produtor, respeitando suas tradições e o modo de vida dessas pessoas no campo. Sem esse relacionamento não é possível criar conexão. “A gente primeiro toma café com o cara numa cozinha dura. E, aos poucos, a gente vai. Porque o mineiro, principalmente, é muito desconfiado das coisas. Ele só adere uma ideia depois que ele vê aquilo funcionando no vizinho”, exemplifica.
Reestruturação que só ajudou
Mauro Lúcio Ferreira é o mais experiente nesta atuação. Com mais de 15 anos no extensionismo, ele lembra que iniciou na época em que fez curso técnico em agropecuária. Na sequência, conquistou a oportunidade de estagiar na Emater, em São Domingos do Prata. Segundo ele, na época, percebeu com profundidade como era a vida do profissional desta área. “E naquele momento, a Emater estava em uma situação muito ruim do ponto de vista estrutural, financeiro, de pagamento, salário. O extensionista já estava sendo muito mal valorizado naquela época. Então, ficou aquela imagem ruim”, descreve. Porém, quando já estava se formando, encontrou um colega agrônomo que informou sobre uma reestruturação total na Emater, com valorização do produtor rural etc, que o estimulou a prestar concurso. Ele passou e já tem uma história importante com a empresa, onde viu mudanças relevantes.
Campos de atuação
Os três profissionais entendem a relevância de seus papeis para apoiar o produtor: para Joubert, pouco adianta, por exemplo, a pessoa ter a terra e não saber fazer o manejo, ter qualidade da plantação, da colheita e não ter informações. Ele defende que instruir bem as pessoas ajuda até a produzir mais. Já Cibele trabalha com regularização das agroindústrias, dos produtos processados de origem animal e vegetal), saneamento rural, implantação de fossa, tratamento de água, principalmente para as agroindústrias que precisam de água tratada. Mauro diz que é importante valorizar o home do campo, e o incentivo da Emater e até dos sindicatos é fundamental.