Tatiana Santos
As igrejas no Brasil desempenham um papel importante no trabalho social, oferecendo apoio prático e iniciativas que contribuem para a sociedade. Várias entidades religiosas têm prestado esse auxílio, dentre elas, as denominações evangélicas. O pastor Renato Rocha, presidente da Igreja Presbiteriana de Itabira, destaca esse trabalho desempenhado pelos fiéis. De acordo com o sacerdote, as inúmeras atuações realizadas pelas igrejas evangélicas do Brasil são voltadas à questão espiritual quanto social. Ele cita que algumas denominações abrem um local para trabalhar junto aos dependentes químicos, questões ligadas ao alcoolismo, aos encarcerados, visitas a hospitais, seja levando a Palavra ou amparando os familiares dos doentes.
Esses serviços são realizados de maneira voluntária e são chamados de capelania. “Às vezes, você tem outras igrejas em comunidades mais simples, mais carentes, que eles estão com algum tipo de trabalho social ali. Então, você tem dentro dessa gama de igrejas evangélicas, várias igrejas, às vezes mais simples, maiores um pouquinho, mas elas têm algum tipo de trabalho social”, descreve. Outra forma de atender a sociedade é com uma atuação mais direta, com doações de cestas básicas a famílias carentes, ajudando pessoas que precisam de auxílio, ajudando criança na escola com reforço escolar, por exemplo.
Pastor Renato ressalta que essa função social é amparada pelas ordenanças de Jesus Cristo: “Em termos gerais, as igrejas evangélicas fazem sempre alguma coisa, pois ela entende que precisa, por causa da ordem do Senhor Jesus, de abençoar as pessoas carentes, cuidar dos pobres, curar, dar vista aos cegos, abençoar e libertar os cativos”. Ainda segundo o religioso, além dessas frentes, no caso específico da Igreja Presbiteriana em Itabira, esta vem ajudando famílias com doações de cestas básicas e na ressocialização de presos, com a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), da qual pastor Renato já foi presidente.
Fazer o bem sem olhar a quem
Em 2024, a igreja realizou ações importantes: conclamou os membros para fazerem doações de sangue e coletaram um número significativo de cestas básicas. Além disso, profissionais da igreja foram chamados a serviço prestar serviços gratuitos à comunidade, pelo projeto Profissionais ao Serviço do Reino, onde médicos, advogados, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, e até corretores de imóveis atenderam as pessoas que precisavam. “Uma coisa que a gente sempre incentiva na igreja é o fato de que nós não podemos fechar os nossos olhos para as pessoas pobres, as pessoas carentes. Jesus vai nos cobrar disso”, declara. Mas o pastor lembra que essa assistência não é voltada apenas aos membros, mas a todas as pessoas, independente da religião que professa.
E, claro, a Palavra de Deus é levada durante os atendimentos, e o líder religioso explica o motivo da evangelização: “O próprio Senhor Jesus pediu para que a gente pudesse evangelizar também os pobres. E por que isso é importante? Porque essa transformação precisa acontecer de dentro para fora. O evangelho precisa chegar ao coração das pessoas para gerar uma nova vida, dar a elas um novo coração, uma mudança de mente, uma mudança de coração, para com a vida das pessoas. O Senhor Jesus pediu, ‘dê a assistência necessária, cure os infernos, traga a libertação aos cativos’, mas, acima de tudo, pregue o evangelho. O evangelho é essa boa nova de salvação”, esclarece.
Celebrando a solidariedade
Em abril deste ano de 2025, a Igreja Presbiteriana comemorará 42 anos em Itabira. Para celebrar o feito, esta na programação o chamamento de pessoas para fazerem doações de sangue. Também haverá uma coleta maior de cestas básicas, e será realizado de maneira ampliada o projeto Profissionais ao Serviço do Reino. Segundo o pastor, se faz necessário repetir essas ações que são aparentemente simples para algumas pessoas, mas que tem retorno grandioso. “Recebemos algumas pessoas e elas nos agradecem. Às vezes, as pessoas têm dificuldade, para nós é tão simples, mas, às vezes, conversar com um advogado sobre uma questão, um psicólogo, esse é um projeto que a gente pretende repetir. Nós não podemos fechar os nossos olhos para as pessoas pobres da cidade”.