O governo federal anunciou nesta terça-feira (11) que decidiu anular o leilão realizado na semana passada para a compra de 263 mil toneladas de arroz importado, após fragilidades nas companhias vencedoras do certame. A informação é do presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, que disse que as empresas vencedoras do leilão não tinham capacidade técnica e financeira para ter participado do ato.
“As empresas são representadas por bolsas de mercadorias e, somente depois que o leilão é concluído, na hora de assinatura, é que ficamos sabendo quem são as empresas vencedoras. A partir da revelação, começou os questionamentos se verdadeiramente essas empresas teria as capacidades técnicas e financeiras par honrar os compromissos [do leilão]. E nós decidimos anular esse leilão”, afirmou Pretto.
“Vamos fazer um novo leilão e, quem sabe, em outros modelos, a fim de ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham as capacidades técnicas e financeiras”, acrescentou o presidente da Conab. Agora, o órgão vai contar com a parceria da Controladoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União.
O leilão foi realizado no início deste mês. De acordo com a Conab, foram comercializadas 263,3 mil toneladas do produto, o que representa 88% do volume estimado inicialmente. O valor movimentado no leilão foi de R$ 1,3 bilhão. Os lotes arrematados tiveram preço mínimo de R$ 4,98 e máximo de R$ 5 por quilo. Depois, o produto seria distribuído para 21 estados do país.
Agora, toda a operação foi anulada. Não há, ainda, data para o novo leilão. “Um edital mais moderno, eficiente e transparente para poder atender a demanda de ter arroz suficiente para a população brasileira”, destacou o chefe da Conab. Questionado pelo R7 sobre quantas empresas não contemplaram os aspectos financeiros e técnicos, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que “não interessa”. Depois, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, relatou que se trata da maioria.
Demissão na Agricultura
O ministro da Agricultura confirmou a saída do cargo do secretário de Política Agrícola, Neri Geller. O político entrou na mira do governo porque uma das empresas que participou e ganhou uma das cotas do leilão é de um empresário que atuou com Geller na Câmara dos Deputados e é sócio do filho dele. Fávaro, porém, negou qualquer irregularidade com o certame.
“Hoje pela manhã secretário Neri Geller me comunicou, fez ponderação, quando filho dele estabeleceu sociedade com esta corretora do Mato Grosso, ele não era secretário de política agrícola. Não há fato que desabone ou que gere qualquer tipo de suspeita, mas que de fato gerou e, por isso, colocou cargo a disposição”.
R7