Tatiana Santos
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) está em ritmo de bodas de ouro neste ano. É que a entidade assistencial comemora 50 anos em 2024, e nestas quase cinco décadas, milhares de pessoas já passaram por ela. A presidente Solange Souza, a coordenadora Vanessa Paula, e a pedagoga Gabriela Sgarb, contam detalhes que nem todos conhecem sobre a entidade.
Mãe de uma jovem cadeirante de 30 anos que iniciou na Apae quando tinha apenas 9 meses, Solange destaca a importância da entidade, não somente aos usuários, mas também aos pais e responsáveis: “A Apae é um lugar muito aconchegante, onde os nossos filhos se sentem bem. É um lugar que a gente tem o nosso encontro, nossas mães. A gente está indo todos os dias para fazer os trabalhos, os artesanatos. A nossa segunda casa é a Apae”.
A instituição recebe usuários com deficiências intelectuais e múltiplas, pessoas com mobilidade reduzida, que fazem uso de cadeira de rodas. Há atendimentos com fonoaudiólogo e psicólogo.
Inserção na Apae
Vanessa esclarece que hoje a Apae atua com três esferas principais: saúde, educação e social. Na saúde, a porta de entrada para se tornar usuário é por meio do do Centro de Reabilitação, com especialistas como fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional. Eles recebem os serviços da Apae e retornam para casa. Na educação, matrícula direta ou o aluno estando matriculado numa escola regular/normal.
No social, há o Centro Dia, da qual Vanessa é coordenadora. Tem a finalidade de promover a autonomia e a inclusão social, ampliando a rede de convivência e auxiliando contra o estresse familiar. É um serviço de proteção social especial para jovens acima dos 18 anos, adultos e idosos com deficiência intelectual e múltipla. “É quando já findou a fase escolar dessas pessoas, aí a gente já não chama eles de aluno, eles são caracterizados como usuários do serviço”, explica. Somente no Centro Dia são 191 usuários, divididos entre o turno da manhã e da tarde.
Desafios
Com um trabalho tão abrangente, a Apae tem alguns desafios. Dentre eles, conseguir suprir a parte financeira da instituição, que recebe repasses do município por meio de termos, mas que nem sempre são suficientes para arcar com as demandas da entidade. Por isso, os pais são grandes colaboradores, como cita a presidente. A instituição conta ainda com a ajuda da população, que auxilia com doações nas contas da Cemig e do Saae, e também com quantias à parte na própria associação. Pode parecer muito, mas, há gastos com os combustíveis, manutenções caras pelo fato de os veículos serem mais velhos. A Apae conta com três ônibus e duas vans para buscar os alunos, que em sua maioria, dependem totalmente desses veículos. “Então, quando não roda, a gente percebe que o usuário, o aluno, não vai até a entidade, porque o único meio de locomoção deles é esse transporte”, diz Vanessa.
Ajuda bem vinda
A presidente Solange conta com a solidariedade de toda a população que puder ajudar. Podem ser doar cesta básica, leite, fraldas, cobertores. Qualquer ajuda financeira também é bem vinda. Para mais informações, o telefones são: (31) 3834-0101 ou 3834-6505
Semana Nacional da Pessoa com Deficiência
A Apae celebrou a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, realizada em todo país de 21 a 28 de agosto. O lema foi “Expansão de olhares para uma sociedade melhor”, que convidava a sociedade a ver a pessoa com deficiência como protagonista da sua própria história, que tem direitos e deveres garantidos por lei. Segundo Gabriela Sgarb, a semana serviu para transformar, promovendo inclusão.
A pedagoga comenta que durante a programação foram realizadas diversas atividades, tanto na Apae, quanto em outros espaços. “Teve caminhada da parada de orgulho da pessoa com deficiência. Nós tivemos gincanas, atividades recreativas, o Dia da Beleza. Foi muito bacana. O Dia do Cabelo Maluco os meninos adoraram”, se empolga. Ainda conforme Gabriela, os eventos ainda estão tendo repercussão, mesmo após uma semana: “Eles adoraram, perguntam para mim até hoje que dia que vai ter mais. Foi muito bacana. Eles se sentiram muito amados e nós também”, finaliza.