Tatiana Santos
As associações de bairros funcionam como uma ponte que intermedia a população aos serviços públicos importantes. É exatamente este o papel desempenhado por um grupo de moradores do bairro e integrantes da Associação Comunitária do Bairro Campestre (ACOBAC), em Itabira. Esta diretoria foi empossada em 25 de março de 2023, e desde então, deu continuidade a um trabalho de engajamento em busca de melhorias no bairro. Pessoas da comunidade que não recebem nenhum pagamento financeiro, mas sim, satisfação por fazer parte do desenvolvimento local.
A presidente da associação, Ângela Sueli Barbosa, a moradora, Andréia Domingues, e o coordenador do projeto Campestre Cultural, Ézio Dias Costa, abordaram em entrevista à Rádio Pontal, sobre o trabalho desenvolvido na comunidade. Um dos pontos destacados pela direção é o conselho gestor e a liderança de rua, como explicou Ângela: “Fora da diretoria eletiva, nós temos o nosso conselho gestor, que são pessoas da comunidade que aprovam todos os nossos eventos, que discutem com a gente os eventos que nós vamos realizar. São pessoas da comunidade que não tem nenhum cargo. O próprio Ézio, que é líder de rua da nossa gestão, que nós criamos esse processo de liderança de rua ou de quarteirão, dependendo do tamanho da rua”, descreveu a presidente.
Para ela, esse foi o ‘pulo do gato’, já que o conselho gestor ajuda a gerir, a fiscalizar o andamento dos trabalhos, apontar erros que estejam ocorrendo ou alguma coisa errada, além de encaminhar para resolução. Cada rua ter o seu líder, que cria um grupo de WhatsApp, levanta as reivindicações, sugestões ou reclamações e leva para a associação tomar as providências.
Eventos tradicionais
Os eventos de Carnaval realizados na praça do Campestre já são uma tradição no bairro. E segundo a presidente, a atuação do grupo de moradores já era ativa, trabalho esse que não parou assim que ela assumiu. No Carnaval de 2024 foi realizada a festa, além de feiras realizadas no parque Belacamp. No dia 15 de dezembro a Prefeitura de Itabira inaugurou a pista de pump track para iniciantes com patins, skate, bicicleta. E a associação foi convidada para receber o projeto, segundo Ângela. “Por que fomos escolhidos para termos essa pista para iniciantes? Porque a nossa praça fica cheia. Famílias inteiras vão para lá, de todos os lugares. O Campestre é um bairro que abre para todo mundo, abraça todo mundo”, se empolgou.
Containers para separação de lixo
Andréia Domingues, moradora do bairro e mídia social da associação, afirmou que o relacionamento estreito da diretoria com o poder público é relevante, e que um dos projetos mais importantes da associação foi a parceria com a prefeitura e a participação direta na colocação de containers de lixo no bairro. “E, inclusive, as campanhas educativas ainda estão em andamento sobre a utilização correta dos containers. Isso ajudou o nosso bairro de tal maneira que você não vê lixo na rua, como em outros bairros. A diferença é gritante, quando a gente anda em outros bairros e no Campestre”, descreveu.
Ela afirmou que no início da implantação houve certos desentendimentos sobre o uso, e ainda há pessoas que descartam o lixo irregularmente. Andréia destacou que este foi o principal projeto para o bairro, seguido da feira, “para a gente tentar evidenciar os moradores do bairro que são artistas, artesãos, cantores. E essa parceria nossa com os artistas, artesãos do bairro, a gente quer que se amplie e queremos que eles tenham bastante visibilidade e que empreendam”.
Campestre Cultural
O Campestre Cultural é um grupo bem focado na questão da execução dos eventos, como carnaval, feiras etc. A intenção, segundo Ezio, é que futuramente sejam desenvolvidos projetos maiores relacionados ao turismo, ao conhecimento do bairro e na área do esporte. Como as demandas são grandes, a projeção é dividir duas frentes de trabalho.
“Vai ficar muito mais eficiente a nossa organização e a nossa atuação. Na realidade, todo mundo sabe que a associação cria uma diretoria, mas no final são três classes que participam efetivamente. Então, como é que nós iremos fazer eventos com três, quatro pessoas? E esse grupo Campestre Cultural já tem expertise de 17 anos organizando carnaval, organizando encostos campestrinos”, detalhou Ezio. A promessa é de mais projetos importantes em todos os sentidos para atender à população local, assim como toda a comunidade itabirana.