Tatiana Santos
Animais doméstico são como parte da família. Além de dispensar amor, carinho e aconchego, os donos devem também se preocupar com a saúde dos bichos. E uma maneira de demonstrar esse cuidado, é levando os pets para se vacinarem contra a raiva, tão comum entre caninos e felinos. Itabira realizou no último sábado (14/09), o primeiro Dia D, que é a campanha de vacinação antirrábica, realizada pela Secretaria de Saúde, por meio do Controle de Zoonoses do município. A ação aconteceu de 8h às 17h, em 31 locais, entre PSF’s e escolas. A próxima data a ser realizada a imunização será no dia 28 (sábado), quando se comemora o Dia Mundial Contra a Raiva Animal.
Gustavo Pinho, veterinário e diretor do Controle de Zoonoses destacou que a mobilização ocorre anualmente, com vacinas cedidas pelo Governo de Minas e aplicação sob responsabilidade do município. O foco são os cães e os gatos com idades acima dos três meses de vida, incluindo as fêmeas gestantes. “A restrição são para animais que estão doentes. Se o animal estiver visivelmente doente, tomando algum tipo de antibiótico, anti-inflamatório que possa comprometer a eficácia da vacina, também não vai ser aplicado”.
Confira os locais:
Os animais da zona rural de Itabira não ficaram de fora, e estão sendo vacinados através de visitas de agentes de endemias casa a casa. Na cidade, os locais são os seguintes: unidades básicas de saúde (UBS) dos bairros Campestre, Gabiroba de Cima, Gabiroba de Baixo, Água Fresca, Barreiro, Santa Ruth, Machado/ João XXIII, Bethânia, Areão/ Amazonas, Nova Vista, Eldorado, Pará, Praia (I e II); associações de moradores dos bairros Amazonas, Vila São Joaquim e Pedreira; escolas municipais Virgílio Gazire, Didi Andrade, Inês Torres, Matilde Menezes e Américo Gianetti; Combem; sede da Itaurb, no bairro Panorama; Igreja Divino Espírito Santo, no Ribeira de Cima; quadra de esportes, no Fênix; Venda do Ouro e CRAS (Pedreira); Bar do Daniel (Gabiroba); sede da SMS (Campestre) e CEAE (avenida João Pinheiro). Em Itabira, a meta é de se vacinar cerca de 8 mil cães, 1800 gatos, chegando a 90% de cobertura vacinal, ou seja, aproximadamente 16 mil animais ao todo.
Doença grave e letal
Conforme explicou Gustavo, o objetivo da vacinação é fazer com que os animais não sejam acometidos pela raiva e que a saúde está em primeiro lugar, tanto dos pets, quanto dos donos, pois a doença é grave. “A raiva é uma doença que é quase 100% letal. A gente não fala 100% letal porque houve cinco casos na história de pessoas que foram curadas da raiva. Então, a única forma de prevenção seria a vacinação”.
Importante salientar que a doença pode ser transmitida para o ser humano, especialmente, aqueles que convivem com os bichinhos. “Exatamente. Principalmente através da saliva, por meio da mordedura”, destacou, lembrando que a lambedura e a arranhadura também são formas de transmissão. Cerca de 60 mil pessoas morrem a cada ano no mundo devido à raiva e a única maneira de prevenção é através das vacinas e o maior risco é no contato com os animais, como informou Gustavo. Daí, a importância que os países vêm dando às ações de imunização.
“Apesar de aqui no Brasil a gente ter uma campanha bem séria e com números até satisfatórios, a gente ainda tem alguns casos de óbito por ano. Por exemplo, em 2023 nós tivemos dois casos, um em Minas Gerais e um no Ceará, e este ano já foi registrado um caso no Piauí. Provavelmente evoluíram para óbito esses dois casos”. Em todo o mundo, há apenas cinco casos registrados de sobreviventes desde a descoberta da doença, sendo duas pessoas no Brasil, duas nos Estados Unidos e uma na Colômbia.
Sintomas em ser humano e nos animais
Os sintomas da raiva em humanos são basicamente neurológicos, como explicou Gustavo. O mais comum é a salivação excessiva com espuma na boca. Também há dificuldade nas ações básicas, como engolir, caminhar enquanto fala, não ter coordenação para engolir a saliva, além de sentir muita dor. A pessoa ainda perde os movimentos. A doença pode evoluir para convulsões até levar o paciente a óbito. Essa falta de coordenação também pode gerar um atos de violência.
No caso dos animais, eles têm sintomas semelhantes aos das pessoas, mas apresentar agressividade, morder a si mesmo, pessoas ou outros bichos, ter rompantes de musculatura, ficar desorientado, salivar excessivamente, rejeitar água, ter paralisia e evoluir para convulsão e morte. “Essa doença tem uma evolução muito triste dos sintomas”.
Informações
Dúvidas podem ser esclarecidas de segunda a sexta-feira, no setor de Zoonoses: 3839-2643, 3839-2643 ou pelo WhatsApp 9 7315-0017 (apenas mensagem de texto).