O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcou em Manaus, neste domingo (17) para uma visita histórica à região amazônica. Ele estava acompanhado da filha Ashley e da neta Natalie, segundo a agência de notícias AFP. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, também está na comitiva.
Duas aeronaves do governo americano pousaram no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na capital amazonense no início da tarde. O Air Force One, avião presidencial em que estava Biden, pousou às 13h30 (horário de Brasília). Os aviões haviam decolado de Lima, no Peru, no fim da manhã.
Por volta das 14h, já na capital do Amazonas, o democrata embarcou em um helicóptero modelo VH-60N White Hawk para fazer o sobrevoo de helicóptero pela região. Outros seis helicópteros da Força Aérea Americana decolaram para realizar a escolta do presidente durante o passeio.
Biden sobrevoou o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, a Reserva Florestal Adolpho Ducke e o Museu da Amazônia (Musa), para onde seguiu após o passeio, encerrado às 14h42.
O presidente chegou ao Musa às 15h20 acompanhando da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Camila Ribas e do CEO da Mombak, empresa que negocia créditos de carbono, Peter Fernandez.
Bidez fez uma trilha em um trecho de vegetação nativa dentro do museu e se encontrou com lideranças indígenas, que o aguardavam ao pé de uma Sumaúma – maior espécie de árvore encontrada na Amazônia podendo chegar a 50 metros de altura e viver cerca de 120 anos.
Após a visita, o presidente fará breves comentários à imprensa e assinará uma proclamação designando o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação, conforme informações divulgadas pelo governo americano.
Biden foi recebido pela embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley, pelo governador do Amazonas, Wilson Lima e pelo prefeito de Manaus, David Almeida.
O climatologista brasileiro Carlos Nobre, referência nos estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia, também acompanha o presidente americano durante a visita.
Ainda neste domingo (17), antes de desembarcar em solo amazonense, Joe Biden anunciou uma série de iniciativas para o enfrentamento da crise climática Entre as medidas anunciadas, está um aporte de mais US$ 50 milhões (cerca de R$ 290 milhões) ao Fundo Amazônia. A liberação do dinheiro, porém, depende do aval do Congresso americano, que terá maioria do Partido Republicano na Câmara e no Senado a partir do próximo ano.
O aporte de mais US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, cuja função é financiar o combate ao desmatamento e a redução das emissões de gases poluentes, é o segundo anunciado pelo governo Biden. Em 2023, no começo do governo Lula, um primeiro repasse de US$ 50 milhões foi anunciado na retomada do fundo, que havia sido desativado durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Os valores anunciados por Biden, porém, ainda estão longe da promessa de repassar US$ 500 milhões feita em abril de 2023. Com a volta de Trump à Casa Branca, é pouco provável que o dinheiro chegue de fato.
Após a visita a Manaus, o presidente segue para o Rio de Janeiro, onde participará da Cúpula dos Líderes do G20. No evento, Biden deverá reforçar o papel dos Estados Unidos no incentivo ao crescimento econômico sustentável.
Visita de Biden à Amazônia
A Casa Branca anunciou a viagem no dia 7 de novembro, detalhando que Biden visitaria Manaus e o Rio de Janeiro entre os dias 17 e 19 de novembro. Antes de chegar ao Brasil, o presidente participou da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), realizada em Lima, no Peru.
Após o anúncio da visita de Joe Biden à Amazônia, aviões de carga norte-americanos desembarcaram em Manaus com recursos logísticos para apoiar a visita do atual presidente dos EUA.
A vinda do democrata à região ocorre dois meses antes dele deixar a Casa Branca após perder a reeleição para o republicano Donald Trump.
Globo.com