Tatiana Santos
Formada em Teologia, a itabirana Ellen Moraes, de 26 anos, é uma jovem que abriu mão de seus sonhos para servir a Deus em outras terras. Missionária, ela cresceu no ambiente de igreja, onde sua família era (e ainda é) ligada às artes, principalmente na área musical. Atualmente, ela está no campo missionário, em uma comunidade evangélica chamada Dunamis Farm, localizada em Pariquera-Açu (SP). É um centro de treinamento de líderes e missionários que tem como foco formar lideranças que sirvam às suas igrejas e transformem a sociedade à sua volta.
No local, são ministradas aulas que promovem alinhamento de identidade, de caráter e cura na alma, além de ferramentas que promovem mentalidade do Reino de Deus e propósito. Há ainda, estudos complementares que incluem livros que agregam e destravam chaves importantes no desenvolvimento etc. Os participantes ficam no Dunamis por alguns meses, com inúmeras atividades. “Esse tempo que a gente está lá na base, a gente está sendo treinado. Então, eu estou passando por esse processo de treinamento, e, ao mesmo tempo, imersa no campo missionário”, descreve.
Ações de amor ao próximo
Neste tempo, a itabirana realiza trabalhos locais, juntamente dos outros participantes. São desenvolvidos projetos, trabalhos com as crianças, visitas a tribos indígenas, há pregação do Evangelho de casa em casa, nas faculdades, são realizadas viagens missionárias. Um dos projetos é realizado junto à Acache, que abraça as crianças daquela região, viabilizando desenvolvimento e melhorias, já que naquela localidade está o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de São Paulo. Equipes treinam os meninos com futebol. Os missionários ainda fornecem lanches para as crianças, dão aulas de inglês e de gestão financeira. A missionária vê esse fator como uma grande oportunidade:
“Lá, a gente tem um campo pronto para anunciar o amor de Deus. Desenvolvendo-os como pessoa e dando a oportunidade também de conhecerem a palavra de Deus. Dar a eles uma perspectiva de futuro, porque na região lá, a gente sabe que tem muitas famílias que não conseguem ter essa expectativa no futuro, por causa daquilo que eles estão vivendo”.
E os frutos já estão sendo colhidos, pois no pouco tempo em que a itabirana está no Dunamis, já tem visto transformações naquela região. “Aos poucos, a gente vai ouvindo os testemunhos, vendo como Deus está fazendo, abrindo a mente através daquelas sementes que estamos plantando ali. Vendo a transformação social naquele lugar. À medida que eu cuido deles [das famílias], é como se eu estivesse cuidando da minha própria família. É muito gratificante ver aquelas crianças olhando para a gente, vendo a alegria deles de estarem ali”.
Na direção de Deus
Hellen conta que, apesar de focar em missões, sua família sempre teve grande influência em sua vida, pois desde pequena sempre via os familiares ensaiando, se preparando para servir em uma igreja local, ensaiando repertório de shows etc. “Então, eu estava sempre ali observando. Quando criança, às vezes a gente fazia composições, eu e as minhas primas. Era um sonho da gente”. Porém, na adolescência, segundo conta, começou a ouvir a voz de Deus a direcionando para cumprir chamado em missões.
Surpresa e assustada, ela não sabia como faria isso. Então, passou a se dedicar às orações por um direcionamento mais concreto, se envolver muito mais com a questão, participando de alguns trabalhos, de viagens com outras bases missionárias. Até que em setembro de 2023, ela se jogou no seu propósito. “Eu recebi uma chamada muito forte do Senhor, de que Ele estava me chamando para estar em tempo integral. Não mais participar das viagens, e observar, e acompanhar, mas agora estar de forma integral”, recorda.
Dentro dessa tarefa, se propôs a cumprir o que sentiu que Deus requeria dela. Sua projeção de vida não era ser missionária, mas Hellen pensava em continuar trabalhando em gestão financeira, porém na medida em que ia para o campo missionário sentia que ali era o seu lugar. No Dunamis, ela consegue vivenciar muitas experiências que a fazem a cada dia mais acreditar que a voz que ecoava em seu coração era Deus mostrando onde ela, enfim, se sentiria completa.