A Justiça de Minas Gerais tornou réu o médico mastologista Danilo Costa por crimes contra a dignidade sexual cometidos ao longo de, pelo menos, 12 anos. As vítimas são pacientes em tratamento de câncer e funcionárias de um hospital público de Itabira, na Região Central de Minas. A denúncia do Ministério Público (MPMG) foi aceita pela juíza Dayane Rey da Silva, da 1ª Vara Criminal da cidade, nesta terça-feira (25).
As investigações do MPMG apontaram que o médico teria cometido estupro, importunação sexual, violação sexual mediante fraude e assédio sexual contra pacientes (muitas delas em tratamento de câncer de mama) e funcionárias do hospital, crimes pelos quais agora responderá na Justiça.
A defesa de Danilo Costa informou que aguarda a intimação para se manifestar. O portal G1 também contactou o Hospital Nossa Senhora das Dores, onde os crimes foram cometidos, e aguarda retorno. “A Justiça recebeu a denúncia, tornou o investigado réu e manteve a prisão, atendendo a pedido do Ministério Público. A expectativa é que ele seja submetido a julgamento em breve, principalmente para que as vítimas tenham justiça logo”, disse a promotora responsável pelo caso, Mariana Michieletto da Silva.
Novo inquérito na PCMG
Danilo Costa, de 46 anos, foi indiciado pela Polícia Civil no último dia 17. No dia 22, a Polícia Civil instaurou um novo inquérito para investigar outras denúncias de abuso sexual contra o médico. Segundo o delegado responsável pelas investigações, as vítimas são de Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo e Barão de Cocais, todas cidades na Região Central do estado.
Já o Ministério Público também conduz uma outra investigação, paralela à denúncia, para apurar se o Hospital Nossa Senhora das Dores, onde o médico trabalhava, era conivente com os crimes. Em um dos casos relatados, uma funcionária pediu demissão da unidade hospitalar após sofrer abusos. De acordo com a denúncia, ao menos 15 mulheres foram ouvidas, no entanto, há indícios de que outras mulheres também foram vítimas. Porém, alguns casos não puderam ser incluídos na ação penal porque alguns dos crimes já prescreveram.
Vítimas
Segundo a denúncia, o médico se aproveitada da vulnerabilidade das vítimas de diversas formas, sendo as principais:
Estado de saúde fragilizado (pacientes oncológicas);
Dependência do tratamento médico (sendo ele o único mastologista do hospital);
Poder hierárquico sobre funcionárias;
Medo de retaliação ou descrédito devido ao prestígio do médico.
Os relatos das vítimas detalham como eram cometidos os abusos. Em alguns dos casos, o médico as surpreendia, as agarrava à força e as estuprava. A maior parte dessas vítimas eram atendidas pela rede pública de saúde. Os abusos eram cometidos principalmente no Hospital Nossa Senhora das Dores, e outros casos ocorreram no consultório particular do médico na Clínica Medcenter.
A denúncia também menciona possíveis abusos nas cidades de Barão de Cocais e Belo Horizonte, onde mulheres relataram ter sido vítimas do médico. O suspeito foi preso no último dia 4 deste mês. A prisão foi decretada pela juíza Dayane Rey da Silva. Fonte: G1