Tatiana Santos
Os rins têm como função filtrar o sangue do organismo, eliminar as toxinas, fazer a regularização da pressão. O órgão é muito importante para o corpo humano, tanto que 13 de março é lembrado como o Dia Mundial dos Rins. O médico Marco Antônio Gomes, especialista em nefrologia, reflete sobre a importância da data, trazendo informações relativas à saúde do órgão.
De acordo com o profissional, a data faz pensar sobre o quanto os rins são essenciais e a oportunidade de o mundo todo se preocupar com a epidemia da doença renal. Segundo dados apontados por ele, no Brasil, praticamente 10% da população tem doença renal e 176 mil pessoas estão em tratamento dialítico (em hemodiálise). O médico alerta que a fase inicial da doença, na maioria dos casos, não há sintomas.
Dentre as principais causas de insuficiência renal observadas pelo especialista, estão a diabetes, a obesidade, a hipertensão arterial sistêmica. Os problemas acometem os rins (hipertensão renal e cálculos), agridem também o coração (hipertrofia ventricular esquerda, infarto agudo de miocárdio e insuficiência cardíaca) e o cérebro (AVC). “Muitas vezes as pessoas não atinam que o início da hipertensão arterial, sem lesão de órgãos alvos, é assintomático. Ou seja, é uma arma que o próprio paciente vai apertando o gatilho para a destruição de seus órgãos”, descreve.
Prevenção
Dr Marco Antônio defende que prevenir é o melhor remédio, principalmente quando diz respeito às doenças renais. O alerta é para as pessoas que têm histórico de problemas hereditários relacionados aos rins como fator de risco. “Se você tem membros da sua família que têm doença renal, que têm hipertensão têm o diabetes, ou ainda, facilidade de ganhar peso, os obesos, a primeira coisa que você tem que ver é isso”. Segundo o nefrologista, o fator mais importante, junto da carga genética, é a dieta com baixo consumo de sal, evitando também o consumo de bebidas alcoólicas, carne vermelha, gorduras, embutidos, salgadinhos e refeições prontas. Somado a isso, é essencial manter uma rotina com atividades físicas e realizar exames regulares.
Hemodiálise em Itabira
Itabira conta com uma importante unidade de hemodiálise para tratamento de pacientes renais, desde o final da década de 1980. O serviço funciona nas dependências do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD). O espaço iniciou atendendo 11 pacientes. Na ocasião, o número de pacientes renais não passava de 50 mil no Brasil, sendo que atualmente são 176 mil dialíticos, ou seja, tanto em hemodiálise quanto diálise peritoneal (outra modalidade de diálise).
A hemodiálise é feita no hospital e o paciente deve ir ao setor três vezes por semana, no qual permanece durante quatro horas. “Há modificação de vida, infelizmente. Você, três vezes por semana, indo ao hospital. A questão do trabalho é difícil, de prática, muitas vezes, de modalidade de esporte também é difícil. Então, nós sabemos que há uma mudança radical a partir do diagnóstico de insuficiência renal crônica”, declara. Somente em 2024, o setor recebeu 341 pacientes de Itabira, Alvinópolis, Sabinópolis, Goianésia, e outras cidades da região. Dr Marco Antônio ressalta que o tratamento é paliativo e que a solução definitiva é o transplante do órgão.