Tatiana Santos
Doar sangue é um ato de solidariedade. Mais do que uma frase bonita, o ato tem muito valor, tanto para quem precisa do material, quanto àqueles que praticam a doação. No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, a ONG ‘Doe Vida Itabira’ aproveita a data para conscientizar sobre a importância do ato.
O fundador e coordenador da entidade, Douglas Silva, participou do programa Conexão Regional, na Rádio Pontal. Conforme explana, a ONG nasceu em 2018, quando um colega de trabalho foi acometido pela febre amarela e precisou de muitas doações de sangue. Como Douglas já era doador, juntou inúmeras pessoas para a ação em favor do colega, e começou a levar orientações a pessoas que se voluntariaram. Atualmente, além dos nove integrantes da coordenação, o grupo conta com cerca de 1 mil voluntários regulares e outros quase 1 mil sazonais, num total de quase 2 mil pessoas registradas.
Processo rápido
Douglas esclarece que a doação em si é muito rápida e tem duração máxima de 15 minutos. Ele detalha o processo: a pessoa passa por uma triagem, fornece os dados pessoais, realiza um cadastro. Depois, há um bate-papo com o médico, em que fará diversas perguntas. Passando por essa fase, o candidato fará apenas um furinho no dedo para verificar se tem anemia. Na sequência, há uma pesagem, aferição de pressão, de temperatura. “Passando dessa etapa, ele vai fazer um lanche, e de fato passa para a doação de sangue, que demora em torno de 10, 15 minutos, no máximo. Faz um outro lanche e vem embora para casa”, resume.
Incentivo
Um dos receios de algumas pessoas é o medo de agulha. No entanto, Douglas relata que muitos venceram essa resistência e se colocaram à disposição do grupo, praticando o ato de caridade. Há ainda, relatos de pessoas doaram, incentivaram familiares, e depois, levaram vários parentes. Na contramão dessas incertezas, o criador da ONG, tenta conscientizar o maior número de voluntários possível e chama atenção:
“A cada palestra que nós somos convidados para falarmos um pouquinho da doação de sangue, eu falo que não é esperar o problema chegar dentro da sua casa, do seu círculo de amizade. É você se antever, é fazer doação de sangue. Hoje você pode estar bem de saúde, mas amanhã, não sabemos o que vai acontecer amanhã. Não espere o problema chegar na sua casa. Seja realmente um doador de sangue regular. Ele não é um produto que a gente vai encontrar numa prateleira de supermercado, ele está dentro da gente. […]. Doe sangue, doe vida, doe amor”, argumenta. Contato: (31) 98891-2969
Posto Avançado de Coleta Externa (Pace)
Em 15 de maio foi inaugurado o Pace em Itabira, espaço de coleta que atende também à região, numa viabilização do governo municipal com a Fundação Hemominas. A ONG também teve participação na empreitada, que funciona no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC).
Importante lembrar que, apesar de Itabira ter o Pace, Douglas ainda leva voluntários para as unidades de coleta em Belo Horizonte. O motivo é que no HMCC, o sangue irá atender aos pacientes do SUS. “E nós temos muitos pacientes ainda em Belo Horizonte que estão nos hospitais particulares e vão precisar dessas doações nas clínicas particulares”, esclarece.
Ajuda ao Ravi
Inclusive, neste sábado (15), uma caravana sairá de Itabira para doar sangue ao pequeno Ravi, morador do bairro Pedreira. A criança teve que passar por várias cirurgias, fará ainda outras, e precisará de muitas bolsas de sangue.