Tatiana Santos
Na última segunda-feira (12/05), estiveram na Câmara de Vereadores, os familiares do itabirano Guilherme Gabriel Couto, que morreu aos 12 anos após ataque de cães da raça rottweiler, no mês de março, no bairro Santa Marta. Os parentes do garoto cobraram justiça e ações efetivas das autoridades. Respondendo pela família, a tia de Guilherme, Paloma Karol dos Santos, esclareceu que a mãe dele, Pâmela, ainda está muito abalada pela perda do filho de maneira trágica.
Ela explicou que dentre as principais reivindicações estão, cobrar do prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), o endurecimento das leis e criação de novas normas a serem encaminhadas ao Legislativo para aprovação. Segundo ela, isso ainda não aconteceu. Emocionada, a tia do menino afirmou: “A gente espera justiça, espera que os donos sejam punidos, porque eles estão vivendo a vida deles normal. Só quem está acompanhando o sofrimento que a minha irmã está tendo sabe”, desabafou.
Como afirmou, a família não tem boas condições financeiras, por isso contou com o auxílio da prefeitura com o transporte e o translado do corpo, com uma vaquinha e também a Funerária Santa Terezinha, que facilitou a compra de urna mortuária branca. No entanto, alegou que, até o momento, não obteve nenhum acompanhamento jurídico por parte do poder público. Ela questionou sobre quais serão as punições para os tutores dos cachorros que levaram Guilherme à morte. Outra reivindicação foi em relação à agilidade no tratamento psicológico para a irmã. “Na verdade, junto com o sentimento dela não falar, o sentimento de tristeza, de dor profunda, ela está muito depressiva, e com sentimento de revolta. Porque como não foi feito nada até hoje, minha irmã tem muita revolta”.
Unidos em uma só fé
Paloma recordou que acompanhou o sobrinho desde o momento em que foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sua transferência para o hospital em Belo Horizonte, até o reconhecimento do corpo no Instituto Médico Legal (IML). Ela lembrou que, quando o menino foi socorrido, uma campanha de oração foi realizada no bairro, onde inúmeros moradores se reuniram para clamarem em favor da restauração da vida do sobrinho. Naquela ocasião, pessoas que já não oravam mais, passaram a buscar a Deus pela vida dele, mas que a morte do menino foi a vontade de Deus.
Porém, hoje, Paloma pede que as pessoas dediquem momentos de orações à irmã. “Então, eu peço que quem orou pela vida do Guilherme também, ele foi significado de fazer muita gente que não estava nem orando mais, voltar a orar pela vida dele, porque a gente realmente acreditou no milagre, a gente acreditou que a vida do meu sobrinho ia ser restituída. Mas foi da forma como Deus quis. Mas eu peço que continuem a oração pela vida da minha irmã, para Deus a fortalecer n’Ele, que ela continue a cuidar dos filhos dela”.
Fazer cumprir a lei
O vereador Bernardo Rosa (PSB), que é da base do governo, acompanhou a participação de Paloma na reunião. Ele informou que desde que tomou conhecimento do fato, encaminhou ofício ao Corpo de Bombeiros e se comprometeu em intensificar a fiscalização da Lei 25.165/2025, sancionada pelo governador Romeu Zema, que regulamenta a criação de cães no Estado.
Segundo o parlamentar, o Executivo cobrará um reforço na fiscalização desses animais, supervisionando para que a lei seja realmente cumprida. “Estamos fazendo todo um arcabouço legal com relação a essa questão dos animais que estão soltos nas ruas. Vamos também trabalhar para tentar elaborar um arcabouço em relação à vinda desses animais aqui no município para que esse fato não ocorra mais. É muito triste”, garantiu. O vereador se comprometeu em cobrar da gestão pública municipal a efetivação das leis já existentes, do Estado, reivindicar a responsabilidade que lhe cabe, e dar apoio à família de Guilherme sobre questões jurídicas.
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