Tatiana Santos
A Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social, conhecida como Valia, é um dos maiores fundos de pensão do Brasil e da América Latina, com um patrimônio de mais de 32 bilhões. O fruto disso vem da participação dos empregados e da co-participação da empresa neste fundo de pensão. A informação é do presidente do Sindicato Metabase de Itabira e conselheiro da Valia, André Viana Madeira.
O sindicalista afirma que de 2007 até 2023 foram distribuídos mais de R$ 6 bilhões em superávit aos aposentados do Plano BD, que foi fechado no ano 2000. A partir daí, criou-se o Plano Vale Mais, que completou este ano, 24 anos de existência. “Há sempre questionamentos daqueles que foram migrados, que é o BP (Benefício Proporcional), que saiu do BD e foi para o Vale Mais no ano 2000, e dos atuais Vale Mais, que somos nós que entramos na Valia depois do ano 2000”, destaca.
Ainda de acordo com Viana, foi apurado que o plano exclusivo Vale Mais/BP está tendo o terceiro ano de positividade na rentabilidade. A Vale, através de uma negociação do sindicato, do conselheiro e demais entidades, possibilitou remanejar o regulamento, abrindo mão de 50% desse valor rentabilizado, aplicado para a distribuição de superávit, o que dá mais de R$ 250 milhões. “Além de ser o primeiro superávit para os aposentados e pensionistas do Vale Mais, o BP, também será distribuído o superávit para os funcionários atuais que estão em atividade. É lógico que a forma que cada um recebe é diferente”, ressalta. Aposentados e pensionistas recebem de uma forma e os trabalhadores da ativa recebem de outra maneira, mas todos serão contemplados.
Aporte importante
Para o presidente do Metabase, esses valores a serem recebidos são de grande importância, já que são grandes os desafios da pessoa idosa. Além disso, os recursos são relevantes para aqueles que não se aposentaram tão bem. Quem aposentou apenas pelo Vale Mais ou BP teve um decréscimo de seus valores e o superávit concede um plus anualmente, é o que diz o sindicalista.
“A pessoa, às vezes, está com um trabalho de terminar uma casa, adaptar uma casa, é uma questão de saúde, é um tratamento, é uma pós-graduação, um investimento na cultura da pessoa, numa viagem e também, às vezes, gasta um remédio, que é a mineração, uma área agressiva”, exemplifica.
Criando consciência previdenciária
Para ele, o momento exige que se estimule nos jovens a ter consciência previdenciária. Como argumenta, a cultura do brasileiro não tem fortalecido a educação financeira. Para evitar dificuldades futuras, a recomendação de André Viana é que, além do instituto de seguridade, também é essencial pagar um fundo de pensão por conta própria. “Nós não podemos mais depender só do INSS. A gente tem que ter o INSS e temos que ter um fundo de pensão particular para salvar o nosso futuro. E o jovem, às vezes, não conhece o assunto ou não procura conhecer, o trabalhador novo. E quando chega na fase que precisa, ele passa a perder. E lembrando, que Deus que lhe guarde, aposentar pode vir por outros fatores, um acidente, uma invalidez. Então, o melhor caminho é a cultura e a consciência da contribuição previdenciária”, orienta.