Tatiana Santos
Uma pesquisa recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio responde por 23,8% do PIB nacional, algo em torno de um trilhão de reais em valor bruto de produção anual. Diante disso, é importante saber que investir no setor é bastante positivo, já que o agro tem demonstrado potencial de expansão.
Quem afirma é o produtor de conteúdo de assuntos em investimentos e finanças, Sérgio Santiago. Embora muitos já saibam da importância desse mercado para a economia, poucos conhecem os caminhos para se investir.
Existem vários mecanismos, instrumentos e produtos financeiros, classes de ativos, por meio das quais é possível se expor a esse mercado. Sérgio explica que essa importância fica clara quando aparecem nas manchetes dos jornais, naqueles momentos críticos de crescimento econômico, normalmente é o agro que arrasta o PIB para cima. “Então é um mercado realmente essencial para nossa economia e pequenos investidores também podem investir. Ultimamente várias novas classes de ativos têm surgido com esse propósito de democratizar o acesso ao mercado agro”, explica Sérgio.
Existem basicamente duas maneiras de investir nessa área: emprestando dinheiro para o setor do agronegócio. O certificado de recebível do agronegócio é um exemplo. A pessoa pode investir no mercado de crédito ou pode se tornar sócio dos negócios relacionados ao agro. “Pode comprar ações de empresas, pode ser cotista de fundo de investimentos, enfim é basicamente por meio desses dois caminhos, você se investe nesse mercado”.
Ações
Vamos começar então falando das ações. Uma das maneiras mais clássicas de se investir no agronegócio é se tornando sócio, comprando ações das empresas do setor. Na Bolsa de Valores brasileira existem várias dessas empresas, como a JBS, a Raisin, a SLC Agrícola, São Martinho, a M Dias Branco. Não são companhias tão conhecidas, com exceção da JBS, mas que têm crescido e se tornado empresas relevantes, inclusive participando de índices de referência dentro do mercado de capitais.
A outra maneira de se investir no agronegócio é por meio dos fundos. Recentemente, se criou no Brasil um fundo específico para o investimento em agronegócios, que são os Fiagros (Fundo de Investimento da Cadeia Produtiva do Agronegócio). “Têm vários deles já disponíveis para se investir, e eles são negociados em bolsa, como se fossem ações, bem parecidos com os fundos imobiliários. Eu vou citar aqui dois exemplos, o Rura11, gerido pelo Banco Itaú, e o XPCA11, um fundo gerido pelo XP Investimentos”, exemplifica.
Fundos imobiliários
Há também os fundos imobiliários que investem em agro. Esses fundos imobiliários surgiram antes dos Fiagros, mas têm basicamente a mesma estrutura. Sérgio cita ainda o RZTR11, um fundo da Riza Terrax, que compra fazendas e arrenda essas fazendas para os produtores de soja, de algodão, de milho e de outras commodities. É o primeiro fundo de investimento imobiliário listado na B3.
Outro fundo mencionado pelo produtor de conteúdo é o BTAL11, é um fundo gerido pelo BTG Pactual, que investe basicamente na cadeia logística do agronegócio, construindo ferrovias, terminais intermodal, investindo nessa parte que é bastante carente de investimento, ou seja, a logística do agronegócio.