Medo de ataques na fuga divide políticos brasileiros em Israel; metade prefere ficar no país

Equipes de resgate israelenses vasculham os escombros no local de um ataque noturno com mísseis iranianos em Bat Yam Foto: MENAHEM KAHANA / AFP

Uma tentativa de retirar os brasileiros deve acontecer nesta segunda-feira, pela manhã, no horário de Israel

O grupo de políticos brasileiros que aguarda uma forma de sair de Israel após o início do conflito com o Irã está dividido. Uma parte deve tentar uma saída terrestre até a Jordânia nesta segunda-feira (16 de junho), logo no início da manhã, e de lá vir ao Brasil. Outra parte tem receio do risco da viagem e diz que prefere aguardar os desdobramentos da guerra e uma condição de retirada com maior segurança.

O vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer Pereira (PL), é um dos políticos que prefere aguardar. “É uma viagem que pode durar entre uma hora e meia e quatro horas na estrada; em uma região onde o próprio representante do governo israelense nos avisou que não existe abrigo. Se formos para a viagem e começar um ataque, não teríamos onde nos esconder”, relatou. O grupo teria discutido a estratégia e os riscos com o governo de Israel e representantes do governo brasileiro, neste domingo.

Vanderlei faz parte do grupo de 25 autoridades brasileiras que inclui vice-prefeitos, secretários e prefeitos de cidades brasileiras, entre eles o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União). Eles foram convidados a ir para Israel participar de uma série de encontros para conhecer tecnologias e serviços de segurança pública adotados no país.

Plano de retirada

Neste domingo (15 de junho), o senador Carlos Viana (Podemos), que coordena a frente parlamentar Brasil-Israel, divulgou que uma negociação teria sido concluída e que haveria a promessa de retirada das autoridades brasileiras que estão no país já nesta segunda-feira (16), pela manhã.

“Nossa expectativa é de que amanhã, na segunda-feira pela manhã em Israel, a comitiva com 13 dos prefeitos e vice-prefeitos que estão em Tel Aviv, seja levada até a fronteira com a Jordânia e de lá entregue à Embaixada Brasileira e também ao governo jordaniano para seguirem com segurança para outros locais. O acordo foi fechado hoje, o governo de Israel se prontificou a fazer a escolta e é bem provável que amanhã, às 7h30, horário de Israel, nós tenhamos os primeiros deslocamentos. São 13 pessoas no total, para a volta ao Brasil”, disse Viana.

O senador ainda fez críticas ao governo Lula (PT) por não manter boas relações com o governo de Israel e afirmou que isto teria dificultado as negociações. “O Brasil, infelizmente, não tem um embaixador lá em Israel. Isso tem dificultado muito e vai dificultar, inclusive, para os demais turistas que ainda estão lá. Porque Israel considera o Brasil como uma política externa hostil ao país”, afirma o senador.

O grupo de 13 brasileiros seria formado por aqueles que concordaram com o plano de fuga por terra até a Jordânia, entre eles está o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião. O governo federal ainda não confirmou a estratégia. Contudo, em nota à imprensa, o governo Lula já havia adiantado o início de conversas para retirar o grupo por terra.

Entre aqueles que preferem ficar em Israel, estão principalmente secretários de segurança que fazem parte da comissão, conforme relata o vice-prefeito de Uberlândia. “O Alexandre Aragon, que é o secretário de segurança de Porto Alegre (RS); Verônica Pereira, que é de São Luís (MA), secretária de estratégia; o capitão Rigo, secretário de segurança de Joinville (SC); e a Maryanne Mattos, vice-prefeita de Florianópolis; entre outros”, diz o vice-prefeito de Uberlândia.

Vanderlei diz que uma das preocupações é com a família. Ele tem mantido contato constante com a esposa e filho, que estão em Uberlândia, e relata que, no bunker, a segurança é maior do que no trajeto até Jordânia e que a expectativa é de um fim rápido para este momento de tensão.

FONTE: OTEMPO

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